A ofensiva norte-americana errou mais uma vez o alvo e matou civis da ajuda humanitária. Depois de destruir um prédio da Organização das Nações Unidas e da Cruz Vermelha nas últimas semanas, três depósitos do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR) foram bommbardeados nesta sexta-feira.
"Não sei como explicar o que sinto. Tenho pena quando vejo esta destruição, ao imaginar as viúvas e os portadores de deficiência para quem a ajuda era destinada", declarou um dirigente do CICR em Cabul. Em Islamabad, o porta-voz do CICR, Mario Musa, disse que pelo menos dois depósitos foram atingidos por bombas ou mísseis e que um terceiro foi arrasado pela propagação do incêndio causado pelas explosões.
Até o momento não foram registradas vítimas. Segundo Musa, milhares de toneladas de alimentos e de material de ajuda estavam guardados nos depósitos destruídos. "Pode-se imaginar que nossos colegas (em Cabul) estão extremamente desanimados e que não se sentem realmente em segurança", acrescentou Mussa, dizendo não entender como bombas "de precisão" puderam cair duas vezes em dez dias no mesmo lugar.
Enquanto isso, nos EUA, traços do bacilo de antraz foram detectados em um prédio da Agência de Inteligência norte-americana (CIA), em Langley (Virgínia). O anúncio foi feito nesta sexta-feira pelo diretor da segurança interna, Tom Ridge. "Inteirei-me esta manhã de que encontraram o bacilo de antraz lá. Não posso dizer qual a quantidade", declarou Ridge à rede NBC. No entanto, "testes preliminares indicam (que essas quantidades) são medicamente insignifiantes", precisou, sem poder indicar a fonte da contaminação.
Esses traços de antraz foram encontrados em um prédio que faz parte do complexo que abriga a sede da CIA em Langley, perto de Washington. Os traços foram detectados em um "prédio de inspeção de material", onde fica o correio, indicou a CIA em um comunicado. Segundo a imprensa norte-americana, traços do bacilo foram igualmente detectados em um centro de pesquias médicas do exército americano, o Walter Reed Institute, em Silverspring (Estado de Maryland), próximo à capital. O centro de distribuição de correio desse instituto permaneceu fechado nesta sexta-feira.
Em Londrina, Uma funcionária da Câmara Municipal de Londrina (que teve o nome preservado) está sendo tratada com o antibiótico ciprofloxacina, indicado para casos de contaminação pela bactéria Antraz. A funcionária teve contato com uma carta contendo pó branco que chegou ao gabinete do vereador Jamil Janene (PDT) no dia 18 de outubro.
Segundo a gerente de epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, Josemarie de Arruda Campos, a funcionária teria registrado sintomatologia respiratória, dor de cabeça, tosse e indisposição, três dias após ter tido contato com a carta. "Foi a suspeita de contaminação mais forte por antraz que tivemos até o momento em Londrina", precisou a gerente. Por precaução, a funcionária passou a ser tratada com ciprofloxacina.
Outras quatro pessoas que estavam na sala no momento em que a carta foi aberta também foram avaliadas pela secretaria mas não apresentaram nenhum sintoma suspeito.