As casas de bingos que estavam funcionando sem autorização da Caixa Econômica Federal ganharam licença temporária para operar normalmente nos próximos 30 dias. Em reunião em Brasília, o secretário de Governo, José Cid Campêlo Filho, entregou ao superintendente nacional de Loterias da Caixa, Fábio Alvim, a relação dos 26 bingos credenciados pelo Serviço de Loterias do Paraná (Serlopar), que estariam com documentação completa para funcionar. Também foi encaminhado os papéis do Bingo Central, de Londrina, cujo o processo foi indeferido pela Serlopar.
Fábio Alvim disse que a princípio todas 27 casas sem cadastramento junto ao banco poderão funcionar. Durante os próximos 30 dias, a Caixa vai analisar os papéis entregues, para depois conceder licença definitiva. "A tendência é dar o alvará, porque a documentação foi considerada sólida na pré-avaliação", disse.
Além dos 27 bingos, a Caixa deve conceder no início do próximo mês a autorização para duas casas - Cash Palace Bingo, de Ponta Grossa, e Royal Bingo Palace, de Curitiba -, que haviam apresentado documentação dentro do prazo de recadastramento, encerrando no último dia 6.
"Independente da medida da Caixa, o impacto sobre o setor foi muito grande e negativo", disse o presidente do Sindicato das Administradoras de Bingos do Paraná, Gianfranco Zambom. Apesar do suposto prejuízo, ele afirmou que as casas não vão processar a Caixa. "Aos tempos, os usuários dos bingos vão retonar às casas, já que a maioria é idosos, que não tem outras opções de lazer", avaliou.
Outra medida do acordo com a Serlopar é a retirada da denúncia-crime contra as casas de bingos. No processo encaminhado pela Caixa ao Ministério Publico Federal, as casas irregulares foram enquadradas na mesma lei que classifica como contravenção os jogos de azar, como o bicho. "Depois da expedição do alvará definitivo, vai ser encaminhado ofícios ao Ministério Público, Receita Federal e Polícia Federal, demonstrando que os bingos paranaenses estão regulares", afirmou Alvim.
O secretário José Cid Campêlo Filho também tentou manter a parcela que recebia do faturamento dos bingos. Porém, o superintendente da Caixa, Fábio Alvim, não quis conversa. "A Caixa vai cumprir o que determina a lei", disse, acrescentando que a mordida sobre os ganhos dos jogos é de 4,5% para o banco e 7% para a União.
Leia mais em reportagem de Israel Reinstein, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta quarta-feira