Paraná

Bin Laden volta a negar autoria de atentados

17 set 2001 às 08:32
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, fez um pronunciamento na tarde ontem, sobre os atentados ocorridos no último dia 11. Ele jurou que seu país "libertará o mundo dos malvados" e que vai caçar os responsáveis pelos atentados. Bush também pediu para que os cidadãos norte-americanos voltassem ao trabalho normalmente nesta segunda. Como fez durante toda a semana, Bush voltou a enfatizar que irá caçar os terroristas culpados pela destruição do World Trade Center e do Pentágono, além dos outros atos terroristas em solo americano. "Aqueles que atacaram os edifícios cheios de gente inocente em Nova York e Washington declararam guerra aos Estados Unidos. Cometeram um grave erro."
Bush descartou uma afirmação atribuída a Osama bin Laden, que negou seu papel nos atentados contra o World Trade Center, em Nova York, e o Pentágono, em Washington. "Sem dúvida ele é o principal suspeito. Não há dúvida".
O presidente dos Estados Unidos também confirmou que, na terça-feira, durante os atentados, teria dado ordem para que o Departamento de Defesa derrubasse qualquer vôo comercial com destino a Wahington. "Dei às nossas Forças Armadas as ordens necessárias para proteger todos os norte-americanos. Claro que foi uma decisão difícil. Nunca sonhei que nos atacariam desta forma."
Ao todo, o número de mortos nos atentados já soma 595. São 159 corpos encontrados até agora em Nova York, dos quais 92 foram identificados, mais 188 falecimentos confirmados no atentado ao Pentágono, e 248 que pereceram nos aviões utilizados nos ataques, dentre passageiros e tripulantes. Já o número de desaparecidos chega a 4.972. No World Trade Center, desde terça-feira, só foram encontrados cinco sobreviventes e mais de 400 membros de cadáveres.
Enquanto isso, as tropas norte-americanas já trabalham em forma de "operações especiais", disse o secretário de Defesa Donald Rumsfeld. Os Estados Unidos dispõem de cerca de 50 mil soldados – da ativa ou reservistas – treinados para operações especiais no exterior e colocados sob um comando único, situado em Tampa (Flórida), na base aérea de MacDill.
No Oriente Médio, o milionário exilado de origem saudita Osama bin Laden emitiu ontem um comunicado no qual nega que esteja por trás dos ataques terroristas nos Estados Unidos. "Afirmo que não cometi este ato, que aparentemente foi levado a cabo por indivíduos com suas próprias motivações", afirma o comunicado, que foi lido pelo canal de televisão via satélite Qatar’s Al-Jazeera.
Bin Laden já foi indiciado pelos EUA em 1998 pelos ataques contra duas embaixadas norte-americanas na África. O Ministério das Relações Exteriores britânico anunciou que não aceita a declaração do milionário saudita. "Bin Laden pode tornar pública uma declaração, mas tanto nós como nossos aliados temos muitas provas", disse um porta-voz em Londres. O ministério pediu a todos os cidadãos britânicos que se encontram no norte e noroeste do Paquistão, na região limítrofe com o Afeganistão, que abandonem essas zonas. Bin Laden reside desde 1996 no Afeganistão como "convidado" do regime Taleban.
Comunicado de Bin Laden: "Em nome de Deus, o misericordioso e o clemente. Comunicado de imprensa do xeque Osama bin Laden sobre as últimas explosões nos Estados Unidos. Depois das últimas explosões ocorridas nos Estados Unidos, alguns dedos acusadores nos apontaram e têm nos acusado de estar por trás dos atentados. Os Estados Unidos nos acostumaram a esse tipo de acusações, cada vez que seus inimigos, que são numerosos, lhes assestam um golpe. Nessa oportunidade, afirmo categoricamente que não levei a cabo essa ação e os que fizeram isso o fizeram por seu próprio interesse. Quanto a mim, vivo no Afeganistão. Sou adepto do comandante dos fiéis (o mulá Omar, chefe supremo do Taleban), a quem devo respeito e obediência em todas as coisas. O comandante dos fiéis não permite que se realizem atividades desse tipo a partir do Afeganistão’. Xeque Osama bin Laden Dia 28, sexto mês, ano 1.422 da Hégira (ano muçulmano).

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