Paraná

Aumenta doação de sangue no Paraná

23 nov 2000 às 19:31

O aposentado Enivaldo Paulista, 49 anos, é um doador nato. "Faço pelo prazer de ajudar os necessitados", diz. De tanto se voluntariar, não lembra o número de ocasiões em que entrou num banco de sangue. Ele garante repetir o gesto três vezes por ano em Curitiba. Para recrutar mais gente com igual disposição, a Organização Mundial da Saúde (OMS) comemora, no sábado, o Dia Internacional do Doador Voluntário.

No Paraná, o número de doações apresenta crescimento nos últimos cinco anos, segundo a diretora-geral do Hemepar, Elizabeth Ciechowski. O aumento médio é de 10% a cada ano. O aproveitamento também se mantém alto. No primeiro semestre de 2000, dos 72.556 candidatos que estiveram nos 24 hemocentros do Estado, 57.493 tiveram o sangue aprovado nos testes. Apesar do Hemepar estar numa situação de aparente tranquilidade, Elizabeth admite que é preciso reverter outra estatística.


Cerca de 43% das pessoas doam sangue espontaneamente no Paraná. A maioria (57%) ainda se enquadra como repositor de estoque. São doadores que ajudam amigos ou parentes que vão usar o sangue do hospital numa transfusão. A diretora do Hemepar explica que a doação ainda é cercada de mitos, folclores e medos, o que afasta novos voluntários.


"Há muita desconfiança de que se pode pegar uma doença, mas o risco está em quem recebe e não em quem doa", diz Elizabeth. A operária Edilene da Silva Tavares, 27 anos, já doou duas vezes em menos de um ano. Ontem, ela compareceu ao Hemepar para ajudar o avô de um amigo. "É uma coisa muito segura e podemos salvar uma vida", afirma.


A amiga de Edilene, a auxiliar de produção Solange Hrynjcysyn, 26 anos, é da filosofia de que "é dando que se recebe". "Amanhã eu também posso precisar. Não dói nada e a gente está ajudando a quem precisa", observa. As mulheres podem doar sangue a cada 90 dias. Os homens devem obedecer um intervalo de 60 dias. Pessoas que estejam na faixa etária de 18 aos 60 anos, pesando 50 quilos, são consideradas aptas a doar.

Antes de sentar na cadeira para encher uma bolsa com 380 a 450 mililitros de sangue, o candidato passa por uma triagem. Ele terá de prestar informações sobre seus hábitos sexuais, histórico de eventuais doenças e consumo de medicamentos.


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