Londrina na lista
Cerca de 700 pessoas fecharam a PR-407, que liga Paranaguá à Praia de Leste, durante mais de três horas no final da noite de segunda-feira e madrugada de ontem. O protesto começou depois que um homem morreu atropelado quando tentava atravessar a rodovia. Os manifestantes moram às margens da estrada, em frente à entrada para Paranaguá, e garantem que vão impedir o trânsito mais uma vez, na noite de sexta-feira que vem, horário de maior movimento de descida para o litoral.
O tumulto começou depois que o comerciante Luiz Pereira Soares, 46 anos, atropelou e matou o pedreiro Valter Antônio Pereira, 54 anos, que atravessava a rodovia de bicicleta. De acordo com Ivone Calado Barreto, 40 anos, que assistiu ao acidente, o atropelamento aconteceu por falta de iluminação no local. "O motorista trabalha na praia e passa aqui todos os dias. Ele estava devagar e o pedreiro tentava atravessar. Um não viu o outro e aconteceu uma fatalidade", conta.
Os moradores ficaram revoltados, tombaram a Kombi, placas AAZ 4594, de Paranaguá, que Soares dirigia, e interditaram a rodovia. O motorista precisou se esconder num matagal para fugir dos manifestantes que queriam linchá-lo. Enquanto isto, outras pessoas cortaram pedaços de árvores, pegaram pneus velhos e depois incendiaram tudo trancando a rodovia. A Polícia Rodoviária Estadual foi obrigada a desviar o trânsito ainda na BR-277, fazendo os motoristas entrarem na rodovia Alexandra-Matinhos para ter acesso aos baleneários de Pontal do Paraná.
O Batalhão da Companhia de Choque, de Curitiba, foi chamado para conter os moradores que protestavam. A rodovia só foi liberada de madrugada, por volta da 1 hora de ontem, sem que ninguém ficasse ferido ou fosse preso.
De acordo com uma das organizadoras do protesto, Maria do Rocio Duarte Coutinho, 32 anos, há mais de um ano os moradores pedem a instalação de uma lombada no local. A enteada de Valter Pereira, Kelen Cristina da Silva Cordeiro, 16 anos, também participou do protesto e continuava bastante nervosa na manhã de ontem. "O meu padrasto precisou morrer para que as autoridades olhassem para o nosso problema".
Na manhã de ontem, a Polícia Rodoviária Estadual, deslocou um policial para fazer o policiamento em frente à entrada do Jardim Esperança, na PR 407. O pedreiro Valter Pereira foi enterrado na tarde de ontem, em Paranaguá, depois de muita revolta.