Na manhã de ontem, manifestação lembrou a morte de Rachel Genofre, 9 anos. Em 5 de novembro de 2008, o corpo da menina foi encontrado dentro de uma mala abandonada na Rodoferroviária de Curitiba, com marcas de violência sexual. O crime completa um ano e ainda não há pistas sobre a identidade do assassino.
A tia da vítima, Maria Carolina Lobo, reclamou da falta de denúncias. ''Quem não denuncia é cúmplice. Mas sei que é uma questão de tempo para o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) pegar esse monstro'', desabafa.
Atualmente existem quatro linhas de investigação para tentar solucionar o caso. O trabalho envolveu diversas cidades do interior do Paraná, além de Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. Em breve serão realizadas pesquisas no Amazonas.
Até agora nenhuma pista concreta auxiliou o trabalho de pesquisa. A polícia tem o DNA do autor do crime, mas é necessário que haja um suspeito para que seja realizado o exame comprovatório. Alguns objetos pessoais de Rachel que estavam com ela no dia do desaparecimento, como uma mochila, um par de tênis e o troféu que ganhou em um concurso de redação, ainda não foram encontrados. ''Não é possível que ninguém tenha visto nada'', reclama Maria Carolina.
A manifestação foi promovida pela União Brasileira de Mulheres - Seção Paraná (UBM) e pelo Fórum Popular de Mulheres, em conjunto com entidades do movimento social, feminista e de mulheres de Curitiba. As participantes pediram pelo fim da violência contra mulheres e meninas.
Segundo a coordenadora da UBM, Elza Maria Campos, o número de crimes tem aumentado, mesmo com a criação de leis que protegem este público. ''Os dados são subnotificados. A violência persiste. A denúncia aumentou, mas é necessário ainda mais'', explica.
Os pais de Rachel não participaram do manifesto. A mãe, Maria Cristina Lobo Oliveira, estava em São Paulo onde participou de programas de televisão para comentar sobre o caso.
Na sexta-feira, às 19 horas, na Igreja São Cristovão, haverá missa em homenagem à Rachel. A igreja fica na Rua Santa Catarina, 1.661, no bairro Vila Guaíra, em Curitiba.