O vigilante desempregado, Pedro Graciano da Silva, 38 anos, foi conduzido, às 16h30, pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), para o Complexo Médico Penal de Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba. Lá, ele será submetido a exames psiquiátricos.
Após ter ferido quatro pessoas e feito outras três de reféns, no prédio dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais, o atirador se entregou à polícia por volta de uma hora da manhã. Em seguida, foi levado por policiais ao Hospital Evangélico, em Curitiba, onde ficou internado toda a madrugada, a manhã e a tarde desta sexta-feira, sempre altamente sedado.
O pânico promovido por ele durou cerca de 12 horas. O que o levou a atirar na ex-mulher Letícia Cristina Cunha (23), nos sogros Creuza Bessani Cunha (54) e Benedito de Souza Cunha (53) e no sargento do Exército Antônio José de Oliveira Coelho (33), às 13h25, foi o ciúme doentio e possessivo que sentia por Letícia. Nos últimos meses, Graciano fazia constantes ameaças de morte à ex-mulher.
Com intuito de matá-la, Graciano começou a atirar com um revólver calibre 38, que acabou atingindo as quatro pessoas. Assustado, o atirador fez três funcionários de reféns. Outras cinco pessoas foram mantidas trancadas em uma sala anexa, sem contato direto com Graciano, mas por volta das 17 horas conseguiram fugir por um buraco feito pela polícia, sem que o sequestrador ouvisse. Os cinco foram levados até a sede do Cope, onde foram interrogados.
Dois reféns - o psicólogo Antônio Marcelo Andrade (34) e a assessora Yone Oliveira Campos (42) - ficaram em poder do sequestrador enquanto sua psicóloga, a polícia, a mãe e a irmã tentavam uma negociação através de um telefone viva-voz. A estagiária Letícia Lilian foi liberada e levada para casa por volta das 19 horas.
Após muitas horas de negociação, Graciano se entregou à polícia por volta de uma hora da manhã com a condição de que não fosse levado a uma delegacia e sim a uma clínica psiquiátrica, pois alega ter problemas mentais. Apesar do nervosismo e revolta em que se encontravam, os dois reféns não sofreram nenhum tipo de violência.
Letícia, Creuza e o sargento Coelho já receberam alta do hospital. Benedito foi operado, se recupera bem, mas ainda fica em observação no Hospital Cajuru, que declarou não ter previsão de alta para o paciente.
O fotógrafo do jornal O Estado do Paraná, Marco Damasio, que acabou caindo do alto de uma laje, enquanto trabalhava na cobertura do episódio, continua na Unidade de Terapia Intensiva do Cajuru (UTI), em estado estável, mas bastante grave. Ele teve fratura de crânio na queda.
Graciano já foi indiciado por tentativa de homicídio, cárcere privado, lesão corporal e porte de arma e estava em liberdade condicional. Ele já havia tentado matar uma outra ex-mulher. No início da manhã, passou por uma avaliação do psiquiatra Wesley Humming. Depois, foi consultado pelo neurologista Samir Ale Bark.
Leia mais sobre o assunto na edição deste sábado da Folha do Paraná/Folha de Londrina