A prefeitura decretou "situação de emergência" em Apucarana na quinta-feira (16) em decorrência da intensidade das chuvas. "Em apenas 16 dias, o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) registrou uma precipitação de 338 milímetros no município e temos informações de que as chuvas vão continuar nos próximos dias", justificou o prefeito Beto Preto. Só para se ter uma ideia do volume de chuva deste mês na cidade, o prefeito lembrou que, em 2014, durante todo o mês de julho foram registrados 141 milímetros. "O recorde histórico para o mês de julho em Apucarana é de 413 milímetros e vale citar que em apenas dois dias tivemos uma precipitação de 180 milímetros", acrescentou.
As chuvas torrenciais – incluindo também pancadas de granizo - que atingiram Apucarana nos últimos dias, além de danos significativos à malha asfáltica, deixaram um rastro de prejuízos em diversos patrimônios públicos e privados.
Além de Apucarana, outros 26 municípios paranaenses também já haviam assinado o mesmo decreto até o final da manhã de ontem. Os detalhes da medida local, que tem como intuito agilizar auxílio às comunidades e locais atingidos, para o reparo dos danos, foram apresentados pelo prefeito ao Legislativo, representado pelo presidente José Airton Araújo "Deco" e pelos vereadores Aurita bertoli e Gilberto Cordeiro Lima.
Leia mais:
Ceasa de Londrina abre normalmente no feriado desta quarta-feira
Paraná lança edital para leilão de 312 veículos inservíveis e sucatas
Pais de Karoline e Luan pedem indenização de quase R$ 2 milhões ao Governo do Paraná
Provas do concurso da Sanepar serão aplicadas em nove cidades do Paraná neste domingo
Beto Preto explicou que, por enquanto, não pretende obter recursos do Estado ou da União para promover as obras e serviços necessários. "A nossa intenção é deixar registrado oficialmente esta situação emergencial, para agilizar alguns reparos que iriam depender de processos de licitação e que poderiam gerar atrasos, prejudicando o atendimento de muitas pessoas e acarretando riscos de acidentes", argumentou.
Como exemplo, o prefeito citou a parede do refeitório da Escola Municipal Durval Pinto, situada junto ao Lagoão, que ameaça cair a qualquer momento. Ele também apontou como situação de risco a "represa da baia", no contorno sul, onde a água já passou por cima da barragem. "Abrimos as comportas para baixar a lâmina de água, mas existe risco de rompimento da barragem, dando vazão a um imenso volume de água", explicou.
No relatório preparado pela Defesa Civil, com apoio do Corpo de Bombeiros, foram listados 45 situações de danos materiais em prédios ou locais públicos, além de outros de propriedade particular. Nele também constam a canalização do Córrego Ipiguá (parcialmente interditado) na rua Cristiano Kusmaull, próximo ao contorno sul; e a canalização do Córrego Araranguá, na estrada do Barreiro. "Também temos muita preocupação com a deterioração da malha asfáltica de Apucarana", assinala o prefeito, acrescentando que os prejuízos são estimados na faixa de R$ 4 milhões a R$ 5 milhões.
Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros, major Hemerson Saqueta, a situação de emergência é uma ferramenta legal para fazer frente aos prejuízos materiais gerados pela chuva excessiva. "Já mantivemos contato com a Defesa Civil do Paraná, que está ciente da situação emergencial de Apucarana", revelou Saqueta.
O coordenador municipal da Defesa Civil, Tenente Edinei Francisco da Silva, informou que todos os locais que sofreram avarias – públicos ou privados - estão sendo vistoriados. "Estamos registrando tudo no sistema da Defesa Civil Municipal, para depois repassar para a Defesa Civil do Paraná", explicou Silva.