Paraná

Atendimento à hanseníase teve um aumento de 47% no PR

31 out 2006 às 18:16

Os serviços de atendimento à hanseníase no Paraná tiveram um aumento de 47%, de dezembro de 2005 a junho de 2006. É o segundo Estado brasileiro, depois do Espírito Santo, onde houve aumento da cobertura de serviços destinados ao tratamento da doença. Segundo a representante da coordenação nacional do Programa de Eliminação da Hanseníase do Ministério da Saúde, Eliane Aparecida Nascimento, a Região Sul foi a que teve o maior percentual de crescimento da cobertura, com 14%, no mesmo período.

Eliane Aparecida Nascimento, que participou da oficina para avaliar ações do programa no Paraná nesta terça-feira (31), em Curitiba, com a participação dos coordenadores estaduais do programa e da atenção básica das 22 Regionais da Secretaria Estadual da Saúde, disse que um dos principais fatores para a eliminação da hanseníase é fazer com que as unidades de atendimento procurem novos casos. "Elas devem fazer a busca na comunidade e diagnosticar o mais cedo possível a doença, pois nesse estágio ela não é transmitida e não serão encontrados casos com incapacidade física", explicou.


Segundo a coordenadora estadual do Programa de Eliminação da Hanseníase, Nivera Noemia Stremel, até setembro deste ano foram descobertos no Paraná 1.022 casos novos de hanseníase com taxa de detecção de 0,98 por 10 mil habitantes e 1.583 estão em tratamento, incluídos os casos novos.


Uma grande contribuição na eliminação da hanseníase em todo o país vem sendo dada pela Ong NRL-Brasil. A NRL-Brasil participa do planejamento do combate à doença, compra suprimentos para os doentes de hanseníase, providencia a adaptação dos calçados que os mais atingidos pela doença usam e ajuda na reabilitação social das pessoas que tiveram a doença. Também contribui na promoção de cursos de capacitação para melhorar os projetos estaduais, com o objetivo de aprimorar a eficácia e a qualidade dos serviços.


O que é a doença - A hanseníase (também conhecida como lepra ou mal de Hansen) é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium leprae que afeta os nervos e a pele e que provoca danos severos. O Brasil ocupa o segundo lugar no mundo em casos de hanseníase.


A contaminação se faz por via respiratória, pelas secreções nasais ou pela saliva, mas é muito pouco provável a cada contato. A incubação, excepcionalmente longa (vários anos), explica por que a doença se desenvolve somente em indivíduos adultos. Noventa por cento (90%) da população tem resistência ao bacilo de Hansen, causador da hanseníase. O tempo de incubação após a infecção é longo, de 2 a 20 anos.


Um dos primeiros efeitos da hanseníase, devido ao acometimento dos nervos, é a supressão da sensação térmica, ou seja, a capacidade de diferenciar entre o frio e o calor no local afetado. Mais tardiamente, pode evoluir para diminuição da sensação de dor no local.


A Hanseníase indeterminada é a forma inicial da doença, e consiste na maioria dos casos em manchas de coloração mais clara que a pele ao redor, podendo ser discretamente avermelhada, com alteração de sensibilidade à temperatura, e, eventualmente, diminuição da sudorese (suor) sobre a mancha.


O diagnóstico é clínico-epidemiológico e laboratorial. Em uma região do país em que a hanseníase é endêmica, quando não se dispõe de recursos laboratoriais , o diagnóstico é clínico (pelos sintomas). Com o auxilio de laboratório faz-se biópsia da lesão e colhe-se a linfa cutânea dos lóbulos das orelhas e dos cotovelos.


Apesar de não mortal, a doença pode acarretar invalidez severa e/ou permanente se não for tratada a tempo. O tratamento comporta diversos antibióticos, a fim de evitar selecionar as bactérias resistentes do germe. A OMS recomenda desde 1981 uma poliquimioterapia (PQT) composta de três medicamentos: a dapsona, a rifampicina e a clofazimina. Essa associação destrói o agente patogênico e cura o paciente. O tempo de tratamento oscila entre 6 e 24 meses, de acordo com a gravidade da doença.

Quando as lesões já estão constituídas, o tratamento se baseia, além da poliquimioterapia, em próteses, em intervenções ortopédicas, em calçados especiais, etc. Além disso uma grande contribuição à prevenção e ao tratamento das incapacidades causadas pela hanseníase é a fisioterapia. (Com informações da Wikipédia)


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