Assaí, no norte do Paraná, ocupa o primeiro lugar da lista dos municípios com a população amarela do Brasil. Por lá, 11,5% dos habitantes se declaram orientais. Os dados são do Censo de 2022 divulgados nesta sexta-feira (22) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A cidade de São Paulo, por exemplo, possui 2,08% de habitantes amarelos.
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Assim como outros municípios da região, as terras paranaenses atraíram imigrantes japoneses que vieram ao país em busca de solo fértil.
A cidade de Assaí foi emancipada de Jataí em 1944. Primeiramente, foi batizada de Assailand - "assahi" é uma palavra de origem nipônica que significa sol nascente, e "land", do inglês, significa terra. Depois, o nome foi encurtado e se tornou apenas Assaí.
De acordo com a prefeitura, as tradições orientais são mantidas na cidade, que conta com Memorial da Imigração Japonesa, Templo Budista e a Igreja Tenrikyo Três Barras.
Além disso, a prefeitura enumera as festas e eventos que ocorrem na cidade, como festival de caraoquê e tradicionais eventos nipônicos, como o Bon, que celebra as almas dos antepassados, com danças em grupo e músicas alegres.
Ademais, as pesquisas do IBGE das últimas décadas apontam que a população de Assaí tem caído. Em 1970, estava perto dos 30 mil habitantes. Em 2022, a cidade de 440 km² apresentou uma população de 13.797 pessoas.
Ao todo, o município possui 2.500 empregos de carteira assinada, sendo que as principais ocupações são de auxiliar de escritório, vendedor de comércio e professor de nível médio no ensino fundamental. O salário médio é menor que o do estado, que gira em torno de R$ 3.100. Por lá, a média de remuneração é R$ 2.100.
De acordo com o IBGE, a densidade demográfica na cidade é de cerca de 31,33 habitantes por quilômetro quadrado.
O índice de envelhecimento da cidade é 96,11 - o índice é calculado pela razão entre o grupo de pessoas de 65 anos ou mais em relação à população de até 14 anos. Por isso, quanto maior o valor do indicador, mais envelhecida é a população.
O Censo demonstra que a população amarela apresenta o maior índice de envelhecimento, de 256,5, seguida da preta (108,3) e branca (98,05). Os menores índices de envelhecimento são da população parda (60,60) e da indígena (35,55).
Em outubro, o levantamento do IBGE apontou que o Brasil teve um recorde de envelhecimento da população. Pessoas de 65 anos ou mais já representam 10,9% do total de habitantes no país - dos 203,1 milhões de brasileiros, 22,2 milhões estão nesta faixa etária. O percentual de idosos é o maior desde o primeiro recenseamento realizado no Brasil, em 1872, disse o instituto.
O IBGE aponta ainda que a população amarela tem a maior idade mediana (44 anos). Em segundo lugar, está a população branca com 37 anos, a preta com 36 anos, a parda com 32 anos e a população indígena com 23 anos.
QUEDA DA POPULAÇÃO AMARELA
O Censo de 2022 indica que houve uma queda da população amarela considerável (59%) depois de um grande aumento em 2010.
Porém, o relatório trata da instabilidade na autodeclaração étnico-racial das pessoas amarelas e indica que menos da metade delas permanecem como amarelas após a leitura da definição de parda e menos de 25% se mantém como amarela após a leitura da definição de amarela ---que engloba pessoas orientais de origem japonesas, chinesas e coreanas.
A instabilidade na autodeclaração pode influenciar a contagem da população amarela em pesquisas demográficas.
No relatório, o IBGE conclui que a apresentação da definição da categoria amarela possibilitou a compreensão da maioria das pessoas em relação ao conceito do IBGE e levou as pessoas a enquadrarem sua cor ou raça e a dos outros moradores em categorias distintas da amarela.