Os artesãos que trabalhavam na Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba, conseguiram um acordo com a prefeitura para continuar vendendo seus produtos nas ruas. Depois de terem sido expulsos da praça e realizarem protestos na cidade, os "hippies" serão transferidos da Santos Andrade para o Jardim Leonor Twardowski, a duas quadras do local original, ao lado do Café dos Estudantes.
"Até o dia 27, os artesãos vão ficar neste local, enquanto se realiza o cadastro deles", disse o advogado dos hippies, Paulo Ricardo Opuszka. De acordo com o presidente da Comissão Permanente do Comércio Ambulante da prefeitura, Luiz Fernando Jamur, a expectativa é que a partir desta terça-feira cerca de 30 artesãos encaminhem a documentação para se regularizar.
A intenção da prefeitura é, após ao cadastramento, encontrar um local para abrigar os artesãos. No entanto, o advogado Paulo Opuszka afirmou que os hippies querem permanecer na Santos Andrade.
"A gente está no local há 18 anos. Se tivermos que sair, vamos perder os fregueses que sempre procuram a gente aqui", disse Wiverson José da Silva, que vende colares e também faz tatuagens. A assessoria de imprensa da prefeitura informou que a princípio não existe um local pré-estabelecido para encaminhar essas pessoas que vendem artesanato.
Segundo a Comissão Permanente do Comércio Ambulante, diversos documentos serão avaliados no cadastramento, entre eles o comprovante de domicílio em Curitiba. A medida é para evitar que pessoas de fora da Capital vendam suas mercadorias nas ruas da cidade. Após o cadastramento e a emissão da licença para trabalhar no comércio ambulante, a prefeitura garante que os hippies não serão tributados. "Qualquer quantia que a gente ganha é importante para o sustento de nossas famílias. Tirar um pouco pode pesar na hora de pagar o aluguel, a conta de água e até o IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) da prefeitura", afirmou o artesão conhecido como Castanho.