Até 9 de junho
"Só com o que a Ecovia arrecada em um ano com o pedágio, é possível fazer a conservação rotineira de todos os 12 mil quilômetros de estradas sob responsabilidade do governo do Estado", afirmou nesta quinta-feira (3) o diretor-geral do DER, Rogério Tizzot. De acordo com cálculos do departamento, a concessionária que administra 171 quilômetros em direção ao litoral do Paraná deve arrecadar, em 2005, cerca de R$ 76 milhões ou R$ 208 mil ao dia. Diante da situação, Tizzot classificou como abusiva e desnecessária a majoração das tarifas na praça administrada pela concessionária. "O que já era um valor alto, tornou-se impraticável. Considerando ainda que a empresa recebeu a rodovia inteiramente duplicada, fez poucos investimentos de ampliação de capacidade. Hoje, ela só faz a manutenção dos trechos", criticou o diretor. Econorte - Já no caso da Econorte, que tem a concessão de 305 km de estradas na região Norte do Estado, o aumento da tarifa fez a previsão de faturamento para esse ano chegar perto de R$ 60 milhões ou R$ 165 mil diariamente. "Esta alta arrecadação das empresas, no entanto, não condiz com o estado de conservação das rodovias. Muitas delas estão muito aquém do que deveriam estar", ressaltou o diretor. Segundo Tizzot, os problemas nos pavimentos e serviços das empresas são causados pela desproporcionalidade da divisão dos recursos da tarifa, já que somente 30% do valor pago na tarifa é revertido em benefícios direto ao usuário. "O resto diluiu-se em custos administrativos, que são altíssimos, pagamentos impostos, financiamentos entre outros gastos", enumerou. "Se não ocorrer mudanças no sistema implantado pelo governo passado, vai chegar um momento em que as tarifas vão estar absolutamente insustentáveis e o sistema vai se extinguir por si só", acrescentou. Demonstração- O diretor lembra também que o governo Roberto Requião já divulgou e comprovou que os contratos de concessão vão contra o interesse público e atingem toda a cadeia produtiva do Estado. "Já demonstramos por meio de auditorias, através de uma cartilha amplamente distribuída, que está disponibilizada à população na internet, que os contratos são lesivos à economia, ao comércio e a todos os setores produtivos do Paraná", relembrou. "A manutenção desses contratos na forma como estão é uma desrespeito com o Estado", acrescentou. Critérios - Para Tizzot, boa parte dos problemas que estão sendo gerados para a população e para a economia do Estado é causada por decisões isoladas na justiça. " A discussão do pedágio no Paraná tornou-se um assunto muito complexo, com mais de 70 ações em andamentos em diversas instâncias", analisou. "Seguindo critérios e interpretações diferentes, as decisões isoladas, como esta que autorizou o aumento do pedágio, acabam prejudicando o povo e a economia do Paraná. A derrota na justiça não é do governo Requião. É uma derrota de toda a sociedade do Paraná", completou.