A implantação do Parque Industrial de Mandirituba, Região Metropolitana de Curitiba, está sendo questionada pela Associação de Defesa do Meio Ambiente de Araucária (Amar). A entidade acusa a prefeitura de irregularidades nos cortes de árvores e utilização de áreas de mananciais. A prefeitura alegou ter recebido autorização dos órgãos responsáveis para dar continuidade ao projeto.
A denúncia foi encaminhada à Promotoria de Proteção ao Meio Ambiente em outubro de 1998, mas ainda não há definição sobre o caso. A assessoria da Promotoria informou que foram realizadas três vistorias no ano passado e na primeira quinzena de fevereiro pode haver um pronunciamento oficial. O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) também foi acionado pela Associação.
Segundo o chefe do Departamento de Licença Ambiental do IAP, Pedro Dias, as vistorias técnicas realizadas pelo instituto não identificaram prejuízos ao ambiente. "Não iríamos autorizar nada sem que fossem cumpridos todos os critérios exigidos", afirmou Dias.
Nesta semana o IAP analisa o pedido de licença ambiental de uma das empresas que vai se instalar na região. "Eles sabem que serão fiscalizados e se houver algum problema a obra será embargada", declarou Dias.
Sobre a denúncia da Amar de que o parque ocuparia uma parte do rio Maurício, responsável pelo abastecimento de água do município de Fazenda Rio Grande até 1999, um documento da Sanepar indica que desde janeiro do ano passado a captação de água para a região passou a ser feita no Rio Despique.
"Queremos trazer o desenvolvimento para a região, mas tomamos todos os cuidados para não prejudicarmos o ambiente. Todas as medidas foram tomadas e atuamos dentro da legalidade", afirmou o prefeito de Mandirituba, Luiz Carlos Chimim (PPB).
As argumentações do prefeito foram baseadas em documentos do DNER que autorizam a terraplanagem da área, um ofício da Sanepar informando a mudança de local para captação da água, autorização do IAP para a derruba de 17 árvores e o documento da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) aprovando a criação do parque industrial.
A prefeitura desapropriou cerca de 400 mil metros quadrados e a licença ambiental será pedida pelas empresas que quiserem se instalar. A previsão é de gerar 2,5 mil empregos na primeira etapa do projeto.