Paraná

Árabes do Paraguai temem represálias

17 set 2001 às 09:36
Os árabes que vivem no Paraguai estão preocupados com o preconceito contra os muçulmanos que está se ampliando em diversos países do mundo, devido às declarações de guerra pronunciadas pelo presidente dos Estados Unidos após o ataque terrorista.
A fronteira entre Brasil e Paraguai é tida pela FBI e Interpol como um dos principais focos do crime organizado mundial. Agências internacionais de investigação creditam estas ações criminosas ao grande número de chineses, coreanos e árabes na região. Esses últimos totalizam, somente em Foz do Iguaçu e Ciudad del Este, cerca de 11 mil moradores.
Mesmo com as "Estatísticas Internacionais de Crimes", divulgando possíveis "focos suspeitos e conexões" entre a América e os principais grupos extremistas do Oriente Médio (como Hezbollah e Hamas), a Polícia Federal brasileira e a Polícia Nacional do Paraguai nunca registraram qualquer ocorrência de atentados na fronteira.
Integrantes da comunidade muçulmana não concordam com a "conexão especulada" entre eles e a tragédia americana. "Existem pessoas boas e más no islamismo, no judaismo, no cristianismo e em qualquer religião do mundo", disse o sheik Monir Fadel, da Mesquita de Ciudad del Este.
Os muçulmanos que vivem do outro lado da Ponte da Amizade também criticam a postura do ministro da Relações Exteriores do Paraguai, Antonio Moreno, que após os atendados ocorridos em Nova York e Washington, anunciou que tropas do Exército seriam enviadas à fronteira. "Já estamos realizando um trabalho de coleta de informações em conjunto com o Brasil e a Argentina", informou o ministro à imprensa paraguaia. As investigações não foram confirmadas pelo delegado-chefe da Polícia Federal em Foz, Joaquim Cláudio Figueiredo Mesquita. "Até o momento não estamos relizando qualquer investigação ligada ao terrorismo ou ações similares", repetiu Mesquita.

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