Os resultados das análises da água divulgados ontem pela Sanepar serão avaliados pela Comissão Especial de Investigação da Câmara de Vereadores de Curitiba. Os exames vão servir de base para que os vereadores descubram se é boa a qualidade de água consumida na Capital. A comissão também está verificando também se é adequado o sistema de coleta e tratamento de esgoto, além de checar se estão sendo bem aplicados os recursos do programa Paraná Saneamento (Paranasan).
Por enquanto, a avaliação dos resultados do exame ainda não tem data marcada. A presidente da comissão, a petista Clair da Flora Martins, informou, por meio de sua assessoria, que a apreciação pode ficar para depois do recesso parlamentar. Mas essa análise será feita com a presença de integrantes do Ministério Público.
Os promotores também estão checando os motivos que levam a Sanepar fornecer produto com cheiro e gosto de mofo ou de barro. A causa seria a superpopulação de algas, que atinge há dois meses os dois principais reservatórios da cidade (Passaúna e Iraí).
Segundo a assessoria de imprensa da Sanepar, a presença de algas vem diminuindo. A bióloga da empresa, Cláudia Vitola, explica que o frio e as chuvas reduziram a população nos últimos dias. Além desses fatores, a colocação de produtos químicos ajudou na melhora da qualidade de água fornecida, diminuindo a presença de cheiro e gosto de mofo, em alguns casos com carcaterísticas que lembram o BHC (espécie de pesticida).
Segundo os exames, a água fornecida em Curitiba não apresenta toxicidade. O responsável pela avaliação, João Sarkis Yunes, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, teria encontrado quantidade de algas na água inferior ao permitido por portaria do Ministério da Saúde. O índice estabelecido é de até 20 mil células vivas por mililitros. Cláudia Vitola, da Sanepar, informou que em nenhum momento se chegou a este patamar.
Independente do resultado, a Sanepar deverá manter, enquanto durar o cheiro e gosto, exames de toxicidade. Nos pontos de captação, serão coletadas amostras para verificar se há a presença de microcistina - toxina que causaria dano a população.