Paraná

Agredido por policiais ao levar bombons para a namorada

07 mai 2001 às 17:21

Uma simples visita à namorada para entregar-lhe uma caixa de bombons transformou-se em um pesadelo para o estudante Rafael Ferreira, 18 anos. No meio do caminho, ele foi interceptado por policiais militares e agredido sem qualquer justificativa.

Com os lábios visivelmente feridos e bastante abatido, o estudante Rafael Ferreira, de 18 anos, foi, nesta segunda-feira, ao Quartel Geral da Polícia Militar para denunciar a agressão sofrida na noite de domingo.


Ele contou que foi abordado por volta das 22 horas por quatro policiais militares da Ronda Ostensiva de Natureza Especial (Rone) quando andava de bicicleta para a casa da namorada, no bairro Boqueirão, periferia de Curitiba. Ele disse que tinha uma caixa de bombons na jaqueta, o que teria despertado uma suspeita dos militares.


De acordo com a denúncia, registrada formalmente no 7º Distrito Policial de Curitiba, ele foi abordado com agressões contínuas. "Eles começaram a agredir meu tornozelo e rins. Bateram várias vezes. Disseram que não era para eu me coçar nem olhar para trás", declarou. Apesar de nervoso, ele conseguiu anotar o número da viatura da Rone (4532), mas não conseguiu ver os nomes dos policiais militares.


Ele alegou ainda que foi furtado em R$ 10,00. "Outro militar veio e me perguntou se eu estava machucado. Quando tentei responder, ele me deu um soco nos lábios", disse. Rafael declarou que em nenhum momento pediram a identidade dele. Após as agressões e uma revista detalhada, ele foi liberado pelos policiais.


O laudo médico do Instituto Médico Legal (IML) demonstrou que o estudante foi agredido com material contundente (cacetete, faca, arma). Ele apresentava edemas e duas fissuras de cerca de um centímetro cada nos lábios. Rafael Ferreira foi ouvido no quartel.

O major Ademar Moletta, comandante da Companhia de Choque, disse que já solicitou a abertura de inquérito para apurar o caso. As investigações deverão durar cerca de 45 dias. Moletta afirmou que todos os militares são orientados a pedir documentação e se identificar.


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