Os freqüentes homicídios na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara (Região Metropolitana de Curitiba), estão deixando os agentes carcerários apreensivos. Só na manhã da última segunda-feira, foram quatro mortes entre os detentos. De acordo com a presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Paraná, Sandra Márcia Duarte, a tensão é muito grande, o que coloca os agentes em alerta para a possibilidade de um novo motim.
Segundo Márcia, desde a última rebelião, em outubro do ano passado, o clima na PCE não voltou ao normal. Desde então, os agentes penitenciários, que segundo ela são em número reduzido (130) para a quantidade de internos (cerca de 1,4 mil), vêm pedindo mais segurança.
Padre Roque Zimmermann, deputado federal pelo PT, disse ontem à Folha que vai sugerir à Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal (da qual é membro), uma averiguação "in loco" das mortes que vêm ocorrendo na PCE. Sua suspeita inicial era de que estaria havendo "queima de arquivo" na prisão.
Do início do ano até agora, nove detentos foram mortos. Um deles, Orley José Martins, morto em 28 de fevereiro, seria testemunha de acusação em dois processos contra Joarez França Costa (o "Caboclinho"). Este último é acusado de ser dono de um dos maiores desmanches de carro no Estado.