"O que aconteceu aqui foi um caso de prevaricação, negligência e crime", afirmou a presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários no Paraná, Sandra Regina Duarte, acusando o secretário de Segurança Pública do Estado José Tavares de não ter tomado as providênciaas necessárias para evitar a rebelião.
Sandra afirmou que vem alertando o Estado desde março sobre a possibilidade de incidentes graves dentro da unidade. O secertário negou qualquer contato com o sindicato, afirmando que manteve conhecimento das declarações da entidade apenas através da imprensa.
De acordo com Sandra, em março o sindicato apresentou pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à Assembléia Legislativa afirmando que as condições do presídio podiam levar a uma rebelião. Em 28 de maio, a entidade entrou com pedido junto ao Departamento de Investigação Criminal da Polícia Civil e processo na Justiça de Piraquara. "Na última terça, nós ligamos avisando a secretaria de que a rebelião começaria na quarta", disse Sandra. O secretário nega ter recebido o telefonema.
De acordo com Sandra, o motim era previsto por vários motivos, entre eles, o estoque de comida que os presos estavam fazendo. O estopim teria sido a decisão da PCE de colocar dez presos de alta periculosidade - que haviam acabado de chegar - junto aos demais. "Este procedimento não é normal", disse, afirmando que todos os presos, sejam perigosos ou não, são colocados em alas separadas quando chegam a uma unidade nova. "Eles ainda permitiram que o Geléia (líder do motim) entrasse na prisão com R$ 2 mil no bolso, o que também não é normal", denunciou.
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