O Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário do Paraná informou nesta quarta-feira (12) ter encaminhado à Secretaria de Estado Justiça e Cidadania um ofício pedindo que o Estado invista mais na proteção aos agentes penitenciários. "É preciso um trabalho preventivo", pediu a presidente do sindicato, Sandra Márcia Duarte. "Estamos trabalhando de forma fragilizada." O Estado possui cerca de 2,1 mil agentes.
O deputado estadual Barbosa Neto (PDT), membro da Comissão de Segurança da Assembléia Legislativa, também pretende apresentar, quando o trabalho for retomado em agosto, uma proposta para que os agentes possam andar armados e recebam equipamentos de segurança do Estado. É um dos pedidos do sindicato. "É preciso armas, treinamento e colete à prova de bala", solicitou Sandra. "Temos que nos prevenir para que não aconteça aqui o que vem ocorrendo em São Paulo."
Segundo ela, historicamente o que acontece em São Paulo e Rio de Janeiro repete-se no Paraná. E cita as recentes rebeliões que afetaram São Paulo e quase simultaneamente espalharam-se por algumas penitenciárias e cadeias paranaenses. De acordo com ela, a "blindagem" que o governo do Paraná alega ter em relação ao Primeiro Comando da Capital (PCC) é "tênue".
"Nós que estamos lá dentro não temos nenhuma orientação sobre isso", acentuou. "Não há nenhum mecanismo técnico-operacional de blindagem". Ela afirmou que os agentes estão com medo, razão pela qual, há cerca de um mês, foi cancelada uma manifestação programada para acontecer em frente ao palácio do governo. "Eles me disseram que seríamos alvo fácil para qualquer ação", registrou Sandra. Segundo ela, o único treinamento que existe é para "contenção de presos".
A sindicalista também manifestou preocupação com a desativação, na terça-feira (11), da Prisão Provisória de Curitiba, no bairro Ahú, que vai se transformar no Centro Judiciário de Curitiba. Cerca de 800 presos foram levadas para o Centro de Detenção e Ressocialização, em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. "Achamos a ação comprometedora do ponto de vista de segurança, pois todos os presos foram para lá de uma única vez, enquanto os funcionários não. Os presos já estão organizados, enquanto os novos funcionários ainda não os conhecem", ponderou. (AE)