Matou diversos coelhos
A advogada Marlene Zanin está preparando uma série de ações indenizatórias contra a Petrobras, em favor dos agricultores que tiveram suas terras atingidas com o vazamento do oleoduto que contaminou os rios do Meio e Sagrado, na região de Morretes. Está sendo levantado o número de famílias vitimadas com o acidente, e somente após a conclusão dessa fase é que a advogada dará entrada na Justiça Federal de Paranaguá.
Ela trabalhará com ações indenizatórias individuais. "Cada caso é um caso", disse Marlene para a Folha. Sua preocupação é com a situação social gerada pelo acidente, pois os agricultores estão completamente desamparados.
A advogada critica a posição da Petrobras que "deu umas coisas mínimas, como caixa d"água e uns metros de cano" aos moradores e considerou o assunto por encerrado. Sem outra alternativa, eles estão voltando a plantar nas terras contaminadas. "Se a planta não morrer, eles vendem. É como se não tivesse ocorrido ali um desastre ecológico".
Com a falta de fiscalização e de apoio das autoridades, esse é o caminho natural tomado pelos agricultores. "Se não vendermos, o que vamos fazer?", é o que eles perguntam.
Marlene Zanin é enfática: "O que mais me interessa é a situação deles que está complicada. Não têm assistência, não sabem o que fazer, o IAP (Instituto Ambiental do Paraná) não levantou a interdição. Parece que nada aconteceu ali, ninguém cogitou uma indenização aos agricultores, dar ao menos uma guarida a eles. A contaminação leva dez anos para acabar".