O superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Paraná, Luis Antonio Nunes de Melo (conhecido como Manaus), será ouvido pela Justiça Federal sobre a extração ilegal de palmito na fazenda de propriedade do instituto em Antonina, Litoral do Estado. Ontem, o juiz da 1ª Vara Federal de Paranaguá, Nivaldo Brunoni, interrogou outros nove acusados.
Oito depoentes negaram participação na retirada de 30 mil unidades de palmito da Fazenda Bom Jesus, desde setembro do ano passado. O chefe de vigilância da fazenda, contratato pela empresa Sentinela, Benedito Antenor de Oliveira, negou todo o depoimento que deu à Polícia Federal (PF) em março. Ele afirmou que foi ameaçado pelos policiais para dizer que recebia dinheiro para distribuir entre os vigias, que deixariam passar o carregamento de palmito. O juiz disse que vai abrir um inquérito policial para investigar a suposta ameaça dos policiais.
Os outros quatro vigias também negaram participação no caso, contradizendo o depoimento dado à PF. José Silvino da Silva disse apenas que ficou sabendo por outros que estava havendo extração ilegal. Ele não soube explicar como não tinha visto carregamentos saindo da fazenda. "A fazenda é muito grande, tem muitas saídas", disse Silva.
Além dos vigias, o juiz ouviu também os três homens acusados de cortar o palmito. "Todos eles negaram os depoimentos à PF também. Dizem que estavam na fazenda de passagem, procurando emprego", conta Brunoni. O único que confirmou ter participado da extração foi Hélio Farias Ramos, que trabalhava para a Fábrica Tropical, que comprou o palmito da fazenda. Ele confessou ter feito cerca de 15 viagens.