A fuga de 16 presos do Centro Operacional de Triagem (COT) da Polícia Civil, por volta das 23h30 de quinta-feira, causou estranheza entre policiais e pessoas que tinham conhecimento do sistema de carceragem. Esta foi a primeira fuga do local desde 5 de janeiro do ano passado, quando o COT voltou a funcionar nas instalações da polícia na Travessa da Lapa, no Centro de Curitiba.
O local estava para completar dois anos sem nenhuma fuga desde que foi implantado o sistema de alarme e monitoramento, disse o superintendente do COT, Alcy Rocha Junior. Desde fevereiro deste ano, segundo ele, pelo menos cinco tentativas acabaram frustradas em função do sistema de monitoramento e estratégia de revistas aleatórias das celas, feitas diariamente.
Dos 16 fugitivos, quatro foram recapturados na madrugada de sexta-feira por policiais militares e civis, acionados por um carceireiro de plantão à meia-noite. Até ontem, 12 ainda continuavam foragidos, entre eles dois acusados de homicídio, cinco por roubo, um preso por sequestro e outros por furto, tráfico e atentado ao pudor.
Segundo Rocha, a fuga ocorreu quando um policial de plantão ía remover o preso Fernando Cesar Cascardo, acusado de estupro, que estava sendo ameaçado de morte pelos presos de sua cela. Ao abrir a porta, o policial foi rendido por presos de outra ala, que já haviam estourado o cadeado da porta da cela onde estavam. Dos 35 detentos que ficaram soltos com a abertura das celas, 16 fugiram e 19 permaneceram na cadeia, entre eles o preso Cascardo.
Normalmente os plantões noturnos são feitos por três policiais. Na noite da fuga, um dos plantonistas não compareceu ao trabalho por motivo de saúde. Outro policial tinha saído para fazer um lanche no momento em que ocorreu a fuga. O COT tem capacidade para abrigar no máximo 80 presos, mas estava com 160 detentos na noite da fuga.
Leia mais em reportagem de Maigue Gueths, na Folha do Paraná/Folha de Londrina deste sábado