Márcio Araújo deixou a vida prematuramente. Natural de Rolândia, Marcinho, como era carinhosamente conhecido, lutava contra um linfoma desde fevereiro deste ano.
Fã de "Masterchef", de Wilco e de cerveja. Frequentador assíduo do Barbearia. Tinha muitos amigos. Silvia de Luca, 31, contou que conheceu Marcinho em 2002 pelo mIRC, quando combinaram de fazer cursinho juntos - ficaram amigos desde então. O bom humor e a alegria dele eram características marcantes. "Nesses 15 anos de amizade, só vi o Márcio triste uma vez: na morte do avô dele, em 2013."
"O avô era tudo para ele", disse Elisena Araújo, 52, mãe de Márcio. Ela lembrou que o filho era muito amoroso com toda a família. Tinha um irmão e duas irmãs gêmeas. Era também cuidadoso com os sobrinhos: deixou presentes de Dia das Crianças comprados desde setembro.
"Nos conhecemos desde crianças e crescemos juntos. Era como se fossemos irmãos. Márcio era um cara muito tranquilo e inteligente. Não me lembro de tê-lo visto nervoso com qualquer coisa. Sua frase era 'calma cara, não se preocupe', mesmo se o mundo estivesse desabando", falou o amigo Rodrigo Fukahori, 32.
Márcio fez parte do "Rolê Errado", uma página no Facebook responsável pela divulgação de festas de Londrina. Também trabalhou como designer na loja londrinense de camisetas Reverbcity.
Ingressou em jornalismo na Universidade Estadual de Londrina (UEL) em 2004. Foi quando estudou com Vinicius Bersi, 32. "Sentirei falta das piadas boas do Marcinho, mas principalmente daquelas que de tão ruins me faziam morrer de rir."
O câncer
"Quando ele me contou do câncer, ele não entrou em detalhes. Eu levava ele em alguns exames e ele fazia piada do tipo 'isso se eu estiver vivo', mas era natural, porque ele fazia piada com tudo", disse Silvia.
A mãe contou que Márcio foi um forte guerreiro e que algumas pessoas nem sequer sabiam da doença, porque ele estava sempre muito feliz. "Ele nunca demonstrou choro, lutou com sorriso no rosto."
O amigo Paulo Briguet, 47, disse que as sessões de quimioterapia viravam motivo para piadas impagáveis e observações espirituosas de Marcinho.
Márcio contraiu pneumonia na 11ª sessão de quimio. "A última vez que visitei ele, ele me disse 'gata, só não perco o ar por você porque a pneumonia chegou primeiro", riu Silvia.
Como se esperado pelo céu, Marcinho pedia por chuva em seus últimos dias. E foi na sexta-feira que a chuva veio e o levou. "O corpo padece, mas o calor da sua alma nos aquecerá eternamente", disse o amigo Valmor Pedroso, 31.
Um trecho de uma música querida por Márcio diz: "a melhor música nunca será cantada e a melhor vida nuncá deixará os seus pulmões".
A missa de sétimo dia será celebrada nesta quinta-feira (12), às 19h, na Igreja Matriz de Rolândia.
Dia 6 de outubro, aos 32 anos, de parada cardíaca ocasionada por pneumonia.
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