Obituários

Avó, mãe e professora, Benedita inspirou muitos no seu meio

05 dez 2017 às 17:02

Natural de Piratininga (SP), Benedita Celia Davatz da Silva veio à Londrina com a família quando jovem para trabalhar em uma fazenda da região. Por acaso, precisavam de uma professora e ela foi convidada a dar aulas após passar por testes de aptidão. Formada em magistério, lecionou por 25 anos e inspirou muitos de seus alunos. "Muitos médicos, engenheiros e outros professores vinham visitá-la, ligavam para ela de vez em quando para dizer que tinha sido a inspiração deles", conta sua filha Clara Terezinha da Silva. Lecionou para o que seria o atual ensino fundamental, em várias fazendas e na escola de Lerroville.

Benedita se casou aos 28 anos com Antonio José da Silva. Eles ficaram 51 anos juntos e tiveram quatro filhos. Segundo Clara, sua mãe era uma religiosa devota. Deu catequese e "foi Filha de Maria no distrito de Paiquerê e também fez parte da Legião de Maria de Lerroville". Benedita se aposentou em 1981 e o que mais gostava de fazer era lecionar. Benedita era uma pessoa muito tranquila e paciente, adorava fazer palavra cruzada e sempre às 18h, todos os dias, rezava o terço. "Era a hora dela. Dela, de Deus e Nossa Senhora."


Para os netos, além de carinho, a filha conta que Benedita dava mesada todos os meses, assim que a aposentadoria dela chegava. E sempre tinha uma bala ou um chocolate guardado no armário. "Reservava para as crianças. Até quando estava no hospital, ela disse que não queria que os potes de vidro [da casa dela] ficassem vazios."


Seu marido, Antonio, morreu seis meses antes, que já estava com uma saúde frágil. No primeiro sábado de dezembro, Benedita foi hospitalizada e não resistiu.


Era uma pessoa de hábitos simples, gostava de fazer o bem a outras pessoas. "Minha mãe foi muito querida por todos, era uma pessoa simples, de hábitos simples mas com um coração enorme."

Benedita deixa filhos e netos. Dia 3 de dezembro, aos 80 anos, de falência múltipla dos órgãos.


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