Entre 2019 e 2021, o número de famílias vivendo na pobreza e na extrema pobreza em Londrina cresceu 34,83%. No período, houve um aumento gradual da condição de vulnerabilidade econômica e social da população, com impacto direto na condução das políticas públicas. Segundo levantamento da Secretaria Municipal de Assistência Social, em 2019 havia no município 23.199 inscritos no CadÚnico (Cadastro Único) com renda familiar per capita entre R$ 0,00 e R$ 178. No ano seguinte, o número de famílias enquadradas nessa faixa de renda cresceu 19,28%, passando para 27.672 e, no ano passado, com o empobrecimento de mais de oito mil famílias, chegou a 31.281, o equivalente a 5,3% da população total do município.
A Secretaria de Assistência Social é a porta de entrada para as demandas que surgem com a expansão da pobreza e da miséria, mas o aumento do número de cidadãos vivendo nessas condições amplia a necessidade de políticas públicas não só na área da assistência social, mas também na educação, saúde, habitação e segurança. “Não é uma demanda de uma ou de dez famílias. É uma demanda estrutural do município, Estado e União que se reflete no que estamos vendo no dia a dia”, afirmou a secretária municipal de Assistência Social, Jacqueline Micali.
A secretária observa que ao longo dos últimos anos, a situação das famílias de baixa renda evoluiu a um ponto em que não há mais despesas supérfluas a serem cortadas do orçamento. Essa parcela da sociedade passou a ter de optar pelo que é indispensável entre os itens essenciais e se viu obrigada a escolher entre pagar a água e a luz, comprar remédios ou o botijão de gás. “Tivemos um momento no Brasil onde houve aumento no consumo, mas as pessoas não mudaram de patamar social. Agora, estão deixando de consumir”, disse Micali. “É um retrato do Brasil de hoje e isso nos diz que as políticas públicas devem atuar de forma transversal e de forma contínua.”
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