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Em alta após bloqueio do X

VPN tem uso disseminado na China, mas ainda causa riscos a internauta

Folhapress
03 set 2024 às 15:06

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- Pixabay
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As VPNs (redes privadas virtuais), levadas ao centro do debate envolvendo o bloqueio do X no Brasil, têm uso disseminado na China, apesar de alguns obstáculos. O ministro Alexandre de Moraes determinou multa de R$ 50 mil a quem tentar acessar a rede social por meio dessa tecnologia, em uma medida que especialistas consideram de fiscalização impossível.

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Na China, em princípio, não há impedimento para usar esse tipo de sistema, que criptografa acessos e muda o registro de localização do usuário, embora não exista regulação clara.

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Pouco antes da pandemia, foram impostas limitações, com a derrubada de VPNs locais não autorizadas e a retirada de VPNs internacionais das lojas de aplicativo. Mas seu uso é permitido pelas empresas estatais de telecomunicações.


Registros não oficiais apontam cerca de 30 milhões de usuários na China. As VPNs seriam usadas sobretudo para streaming de vídeo e games. Algumas marcas prometem acesso à Netflix, por exemplo, embora nem sempre entreguem.

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As principais, consideradas melhores em algumas listas de internet, seriam Astrill, sediada nas Ilhas Seychelles, ExpressVPN, sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, mas baseada em Hong Kong, e NordVPN, sediada na Lituânia.


São também uma maneira de acessar aplicativos populares dos gigantes americanos Meta, como Instagram, e Alphabet, como a busca do Google. Em versão mais controlada, a Microsoft segue na China, sem exigir VPN, com ferramentas como a busca do Bing.

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O quadro até aí é mais ou menos estável, em parte porque as plataformas chinesas de tecnologia cresceram além das concorrentes americanas. O atrito maior é em relação ao jornalismo, principalmente de língua inglesa.


Diversos veículos de países emergentes, como esta Folha de S.Paulo, são acessíveis sem VPN na China. The New York Times e BBC, não. A disseminação permitida torna o ligar e desligar da ferramenta um incômodo menor, assimilado ao cotidiano.

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Um mês e meio atrás, porém, um acontecimento se espalhou como um arrepio por redes sociais como Weibo. Sites e jornais regionais noticiaram a "punição administrativa" de um usuário de Ningde, da província de Fujian, que visitou redes sociais e sites estrangeiros usando "software para contornar o muro" digital que barra o acesso.


Gong, citado apenas pelo sobrenome, foi detido e admitiu, mas não ficou clara qual seria a pena ou se incluiria tempo na prisão. Os primeiros relatos indicavam que estaria sujeito a uma multa de 15 mil yuans (R$ 12 mil).

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Jornais chineses registram punições para casos semelhantes no final de 2022, em meio aos protestos contra a política de Covid Zero, mas elas se limitaram a "avisos". Houve multas maiores que as de Gong, mas para os empreendedores que lançaram VPNs locais sem autorização.


A notícia de Fujian, que foi logo retirada dos sites e jornais do país, segue no ar no Weibo, inclusive foto. Também comentários dizendo que era só pornografia ou que o jornalista Hu Xijin, celebridade e alvo constante na mídia social chinesa, está sempre citando sites estrangeiros e usando o X.

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Comentários menos ferinos questionam a decisão por ser algo acontecido há distantes quatro anos, em 2020. Seja como for, o acontecimento e sua publicidade -e permanência dela em rede social- servem para resgatar o temor em torno do uso de VPN na China.


É um ruído que se soma a outro, do usuário constante desse tipo de sistema no país. Por vezes, como nas últimas semanas, o tráfego se torna moroso e irregular. Segundo a GreatFire, organização que monitora a internet chinesa, com financiamento de Washington, nos últimos dois meses Astril, ExpressVPN e outras ficaram mais lentas.


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