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País tem 700 presos

Venezuela tem ao menos 13 mortos após protestos contra vitória de Maduro

Folhapress
31 jul 2024 às 17:05

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- Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Ao menos 13 pessoas morreram em decorrência de protestos contra a eleição de Nicolás Maduro na Venezuela. Dados da Pesquisa Nacional de Hospitais (ENH) apontavam 12 mortos na noite desta terça-feira (30). Onze deles são civis e um é um militar identificado pelas letras J.E.G, segundo a procuradoria-geral da Venezuela. A causa da morte do militar não foi informada pela ENH.


Uma nova morte foi confirmada nesta manhã. Um homem, identificado como Yorgenis Emiliano Leyva Méndez, 35, morreu após ser baleado nas costas durante uma motociata em Guarenas, segundo o canal independente El Pitazo.

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A ONG detalhou localidades onde mortes de civis ocorreram. Cinco pessoas foram mortas em Caracas, duas no estado de Zulia, duas em Yaracuy, uma no estado de Aragua e uma em Táchira, segundo o Foro Penal.

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Entre os civis mortos, há dois adolescentes. Um menino de 15 anos morreu em Zulia e um de 16 em Yaracui, segundo o diretor da ONG, Alfredo Romero.

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Ao menos duas das pessoas mortas foram baleadas na cabeça. Elas foram levadas ao Hospital Miguel Pérez Carreño, segundo a ENH.


Dos 92 feridos, 38 foram atingidos por tiros. Outras pessoas foram atingidas "por armas de repressão" e outras não tiveram causa do ferimento informada. Em declaração à imprensa, Alfredo Romero afirmou que o uso de armas de fogo contra manifestantes preocupa a organização.

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O ferido mais novo é uma criança de oito anos. Segundo dados da ENH, o menino deu entrada em uma unidade de saúde de Caracas com um traumatismo craniano leve. Também há um menino de 12 anos ferido na axila por um disparo de arma de fogo, segundo o órgão.


País tem mais de 700 presos


O procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, anunciou que, até o momento, 749 pessoas foram presas em protestos contra a eleição de Maduro. Ainda conforme Saab, parte dos presos serão indiciados por "terrorismo".

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Líderes opositores também podem ser indiciados. O procurador-geral destacou que as lideranças da oposição a Maduro também podem ser processadas por terrorismo por "instigarem" as manifestações contra a proclamação do ditador ao seu terceiro mandato.


Estátuas de Hugo Chávez foram derrubadas. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram algumas das estruturas sendo arrastadas pelas ruas das cidades venezuelanas. Segundo o jornal espanhol El Periódico, as manifestações ocorreram nas cidades de La Guaira, Falcón, Carabobo e Guárico.

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Nicolás Maduro prometeu punição aos manifestantes. Em proclamação após ser declarado presidente, ele afirmou que quem protesta está munido de "drogas, armas e coisas malucas". "Parte [dos presos] são pessoas que voltaram recentemente nos voos que os gringos enviaram para a Venezuela", afirmou.


O que causou os protestos 

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O ditador Nicolás Maduro foi proclamado presidente da Venezuela na tarde desta segunda-feira (29). A vitória foi confirmada pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral), mas as atas da eleição não foram divulgadas.


Maduro teve 51,2% dos votos, anunciou o órgão responsável pela realização dos processos eleitorais no país. Com 80% das urnas apuradas, o atual presidente foi declarado vencedor ao obter 5,150 milhões de votos contra 4,445 milhões (44,2%) de Edmundo González Urrutia. O anúncio ocorreu por volta da 1h da madrugada (horário de Brasília) e depois não foi mais atualizado.

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Maduro definiu o resultado como "irreversível". "Assumo o mandato do povo para ser seu presidente e levar nosso país à paz e prosperidade, à união nacional através do diálogo e, como esse resultado, a ser irreversível a paz, a igualdade, a independência nacional. Isso que tem que ser irreversível, a paz e a união, entre todos e todas".


Uma reunião da OEA (Organização dos Estados Americanos) contra a falta de transparência nas eleições da Venezuela será realizada na quarta-feira (31). A solicitação foi feita após solicitação em nota conjunta de Uruguai, Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru e República Dominicana.


O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou a abertura de uma investigação contra a oposição ao presidente Nicolás Maduro. Os oposicionistas, liderados por María Corina Machado, tentaram interferir nas eleições, segundo o chefe do MP.


Sem reconhecer a vitória de Nicolás Maduro, o governo brasileiro emitiu uma nota. O comunicado deixa claro que a publicação dos dados desagregados de cada uma das sessões é fundamental para a legitimidade do pleito.


Lula afirmou que a contestação da reeleição de Nicolás Maduro pela oposição é "um processo normal". Em entrevista à TV Centro América, ele afirmou que para resolver o impasse é preciso que se apresentem as atas de votação.


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