O filme de fantasia "A Bússola de Ouro", que estréia no Brasil neste dia de Natal recebeu pesadas críticas do diário católico L'Osservatore Romano, jornal oficial da Santa Sé. Segundo a publicação, que estampou um longo editorial a respeito da estréia mundial da produção hollywoodiana, "A Bussola de Ouro" é o filme mais anticristão que já foi realizado, mas que era um consolo que a renda tinha sido de apenas 26 milhões de dólares no fim de semana de estréia nos Estados Unidos.
O ataque do Vaticano à "A Bússola de Ouro" é o primeiro a uma megaprodução mundial desde a polemica em torno de "O Código Da Vinci", ano passado. Desta vez o alvo principal da investida católica é o escritor Phillip Pullman, um reconhecido ateu cujos livros incomodaram também a Liga Católica Norte-Americana, que pediu que seus seguidores boicotassem o filme. Enquanto as críticas de setores ortodoxos da igreja católica se multiplicam, ou talvez mesmo por causa delas, o estúdio New Line confia que poderá recuperar no mercado internacional os 205 milhões de dólares investidos no filme.
A revista especializada Variety reproduziu parte do editorial do diário eclesiástico: "O publico honesto, e que tenha espírito critico se dará conta que o filme carece de qualquer emoção, além de ostentar uma grande frieza". E para desencorajar o publico mais devoto, a artigo desferiu o golpe de misericórdia: "No mundo de Pullman, a esperança não existe porque não há mais salvação além daquela pessoal, aquela capacidade individualista de controlar a situação e dominar os acontecimentos".
"A Bússula de Ouro", com lançamento previsto também para Londrina nesta terça-feira, é baseado na trilogia "Fronteiras do Universo", best seller que Pullman escreveu nos anos 1990. Nicole Kidman e Daniel Craig lideram o elenco.