As desigualdades raciais e socioeconômicas existentes na sociedade brasileira podem ser transpostas para o ambiente universitário.
Esta realidade foi confirmada em questionários respondidos por universitários que fizeram a prova do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). Segundo o diretor de Estatísticas e Avaliação da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Dilvo Ristoff, 26% dos alunos ingressantes são de famílias com renda superior a 10 salários mínimos.
O percentual de alunos cujas famílias estão nessa faixa de renda sobe para 35% entre os que estão concluindo o curso. E é inversamente proporcional entre os alunos negros e pretos. Ao mesmo tempo, esse grupo étnico-racial tem menor representatividade entre os ingressantes, 4,6%, e entre os concluintes, 2,8%.
Para chegar ao perfil dos alunos, o ministério da Educação enviou questionário com 103 perguntas aos estudantes, antes da data da prova. A maioria dos que participaram do Enade no ano passado, quando o exame foi aplicado pela primeira vez, é composta de alunos solteiros, brancos, que moram com os pais ou parentes e não recebem bolsa de estudos. O perfil é o mesmo entre os ingressantes e os concluintes dos cursos.
Quase todos os estudantes avaliados têm acesso à Internet e usam o computador para fazer os trabalhos escolares. A principal fonte de informação é a televisão e mais da metade deles lê, no máximo, dois livros por ano, além daqueles estipulados pelos professores. Por outro lado, mais de 80% dos alunos usam freqüentemente a biblioteca, a principal fonte de pesquisas deles.
Informações da ABr