O número de mortes em um acidente de barco no lago Albert, no oeste de Uganda, já chega a 107, disse a polícia ugandense nesta segunda-feira, um aumento drástico em relação à estimativa inicial de 19 fornecida pelo governo do país horas depois de a embarcação virar no sábado.
O chefe de polícia da região ugandense de Albertina, Charles Ssebambulidde, disse que as equipes de resgate retiraram dezenas de corpos, em sua maioria de mulheres, ao longo do fim de semana. O lago Albert fica na fronteira entre Uganda e Congo. A maioria das vítimas de afogamento era de refugiados congoleses que voltavam para casa de um campo de reassentamento, de acordo com a agência de refugiados das Nações Unidas (ONU) e as autoridades ugandenses.
Ssebambulidde disse que autoridades confirmaram que o barco carregava mais de 150 passageiros e seus pertences quando virou. A embarcação, que agora está sob custódia da polícia, deveria estar transportando apenas 80 pessoas sem bagagem, afirmou o chefe de polícia.
"Essa tragédia me chocou profundamente", disse o comissário das Nações Unidas (ONU) para Refugiados, António Guterres, em comunicado enviado de Genebra. "Meus pensamentos estão com aqueles que perderam entes queridos e com os sobreviventes. Estou grato ao governo e a outras pessoas que montaram uma operação de busca e resgate e estão auxiliando os sobreviventes."
O comunicado da ONU destacou que até 250 pessoas poderiam estar a bordo do barco, uma das duas embarcações que transportavam refugiados congoleses que voltariam para casa, sugerindo que o número de mortes pode aumentar ainda mais. Somente 41 pessoas foram resgatadas até o momento.