O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prorrogou as diretrizes de permanência em casa até o fim de abril, abandonando um plano duramente criticado para reativar a economia até meados de abril depois que um conselheiro médico graduado disse que mais de 100 mil norte-americanos poderiam morrer com o surto de coronavírus.
O recuo de Trump, que ele disse que será explicado com mais detalhes amanhã (31), veio no momento em que o total de mortes causadas pela doença respiratória no país superou 2.460 e os casos passaram de 141 mil, a maior cifra do mundo.
"O pico, o ponto mais alto da taxa de mortalidade, provavelmente acontecerá em duas semanas", disse o presidente. "Nada seria pior do que cantar vitória antes de a vitória ser conquistada," comentou.
Ele disse à população: "Quanto melhor vocês se saírem, mas rápido este pesadelo todo terminará."
Mais cedo, o médico Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, disse que a pandemia poderia chegar a matar entre 100 mil e 200 mil pessoas nos Estados Unidos se a redução de casos não tiver sucesso.
Mortes
Desde 2010, a gripe matou entre 12 mil e 61 mil norte-americanos por ano, de acordo com o CDC (Centro para Controle e Prevenção de Doenças). A pandemia de gripe de 1918-1919 matou 675 mil pessoas no país, segundo o CDC.
A insinuação inesperada de Trump de que poderia ordenar a reativação da economia até a Páscoa (12 de abril) foi recebida com críticas intensas e imediatas de governadores que ainda lidam com números crescentes de pacientes e sistemas de saúde sobrecarregados.
Governadores de ao menos 21 estados que representam mais da metade dos 330 milhões de habitantes dos EUA fecharam "negócios não essenciais" e instruíram os moradores para que fiquem em casa.