Mais de um milhão de mulheres trabalham como escravas sexuais para redes internacionais de tráfico de pessoas, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Vítimas de um negócio que fatura US$ 32 bilhões por ano no mundo, muitas são atraídas com promessas de casamento e melhores oportunidades de vida, e acabam nas mãos de aliciadores em cativeiros na Ásia e na Europa onde são forçadas a se prostituir.
Na ponta do esquema, estão aliciadores, na maioria das vezes, da própria comunidade em que elas vivem. No Brasil, um 'olheiro' ganha cerca R$ 600 por "escrava", segundo os cálculos dos serviços de assistência a vítimas.
Não há estimativas sobre o número de brasileiras escravizadas no exterior. Mas só em Portugal, autoridades estimam que cerca de quatro mil sejam vítimas de redes de prostituição. As rotas de tráfico do Brasil levam, principalmente, à Espanha, mas também à Holanda, Itália, Suíça, Alemanha e França.
O escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC) estima que o lucro das redes criminosas com o trabalho de cada ser humano transportado ilegalmente de um país para outro varie entre US$ 13 mil e US$ 30 mil por ano.