O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, afirmou nesta segunda-feira (23), após a cerimônia de comemoração do Centenário do Vôo do 14-Bis, que houve uma sucessão de erros que culminaram no acidente com entre o Boeing 737-800 da Gol e o Legacy. Ele enfatizou que é pouco provável que tenham ocorrido falhas em equipamentos e que se o transponder do Legacy estivesse em funcionamento o acidente teria sido evitado.
Para Pereira, podem ter ocorrido erros dos pilotos do Legacy, do controle e de interpretações erradas das regras de vôo. "Pelo que sabemos até agora, em nenhum momento se comentou em pane material em nenhum dos dois aviões, nem nos radares terrestres. Eram aviões novos, com sistemas modernos. É muito difícil um transponder dar pane, é um equipamento muito seguro. Se o transponder tivesse acionado, aquele acidente não teria acontecido", disse.
Pereira descartou a possibilidade dos pilotos do Legacy terem confundido a expressão dos controladores "vigilância de radar" com "vetoração de radar", quando o piloto segue somente orientação dos controladores para voar, sem tomar iniciativa própria, o que raramente acontece. "A expressão vigilância de radar, no mundo todo, significa que a aeronave está sob vigilância, mas a tribulação do avião continua sendo responsável pela navegação do avião. Inclusive na preservação de altitude e rota", explicou, acrescentando que a vetoração radar não acontece a 36 mil pés, altitude em que voava o Legacy.
O presidente da Infraero disse ainda que é pouco provável que tenha havido dificuldades com a língua inglesa na comunicação entre controladores e piloto do Legacy. "O inglês é a língua universal da aviação. Não era um diálogo complexo, não havia uma emergência iminente, não havia necessidade de fugir da padronização. O linguajar de aviação é muito padronizado. Os controladores sempre usam a mesma expressão", afirmou. (Agência Brasil)