A única sobrevivente do acidente com o Airbus da Yemenia que caiu no Oceano Índico na terça-feira voltou a França onde foi reunida à sua família.
A garota, Baya Bakari, de 12 anos, foi resgatada depois de boiar por várias horas no mar, agarrada a um pedaço da fuselagem do avião.
Ela recebeu tratamento em um hospital em Comores. Segundo os médicos, ela sofreu apenas cortes no rosto e teve uma clavícula quebrada.
Baya viajou à Paris em um avião do governo francês acompanhada pelo ministro para Cooperação da França, Alain Joyandet.
A mãe da garota está entre as vítimas do acidente que, acredita-se, matou mais de 150 pessoas.
Caixa preta
Os esforços para encontrar a caixa preta do avião continuam. Na quarta-feira, o governo francês havia dito que detectara o sinal emitido pelas balizas acopladas aos registradores de dados, mas depois voltou atrás e negou a informação.
A aeronave caiu no Oceano Índico na madrugada da terça-feira (às 19h51 de segunda-feira em Brasília) com 142 passageiros e 11 tripulantes, depois de enfrentar condições meteorológicas adversas. Havia 66 franceses a bordo, além de comorenses e cidadãos de países do Oriente Médio.
O voo IY626 era o trecho final de uma rota que se iniciou em Paris, com escala em Marselha, na França, e conexão no Iêmen até Comores.
Uma inspeção feita em 2007 na França havia detectado "defeitos" no avião, que desde então, segundo as autoridades, "nunca mais reapareceu em território francês".
Isto acendeu um debate na União Europeia para tentar garantir a fiscalização adequada não apenas das companhias que operam dentro do bloco, mas também as que operam fora dele.
O chefe da comissão de Transportes da União Europeia, Antonio Tajani, propôs a elaboração de uma "lista negra" mundial de companhias aéreas sem padrões de segurança adequados, a exemplo da relação já elaborada pelos países europeus.