Um site na internet publicou nos últimos dois dias o que diz ser mais de 573 mil mensagens enviadas via "torpedo" durante os ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.
As mensagens haviam sido trocadas entre 03h00 do dia dos atentados (hora local, 05h00 em Brasília e cinco horas antes de o primeiro avião atingir uma das torres do World Trade Centre) e 03h00 do dia seguinte, entre cidadãos comuns e entre funcionários de agências do governo americano.
O Wikileaks, que permite a internautas colocar online qualquer tipo de documento anonimamente, não quis revelar quem entregou as mensagens, mas afirmou que as recebeu há algumas semanas.
Especialistas em internet acreditam que elas são genuínas, mas autoridades federais se recusaram a comentar o assunto.
'Realismo'
Para dar mais "realismo", o Wikileaks publicou as mensagens no mesmo horário em que elas teriam sido mandadas entre os dias 11 e 12 de setembro de 2001.
Muitos dos "torpedos" não se referem aos ataques, mas os demais tratam de pessoas tentando encontrar seus entes queridos, de mensagens do governo ou até de erros de servidores.
"Estou bem, ouvi o avião e depois ouvi ele bater. Te liguei em casa... obrigado por ter me ligado!", diz uma das mensagens, enviada às 9h30 no dia dos atentados. "Bush está falando agora. Espero que você consiga assistir!", diz outra. E ainda: "Fiquem em casa por causa dos ataques terroristas em nosso país. Não vão para o centro até serem avisados."
Outras mensagens são recorrentes, como esta: "Por causa do incidente no WTC, vamos adiar a colocação dos preços até os mercados se estabilizarem."
O site Wikileaks foi criado em 2006 por jornalistas, matemáticos, dissidentes e especialistas em tecnologia dos Estados Unidos, Taiwan, Europa, Austrália e África do Sul.