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Rússia pede na ONU investigação completa sobre o ataque químico na Síria

05 abr 2017 às 18:17

O representante da Rússia no Conselho de Segurança da ONU, Vladimir Safronkov, pediu hoje (5) na reunião do órgão que qualquer decisão sobre o possível uso de armas químicas na Síria seja adotada apenas após uma completa investigação dos fatos mais recentes e apontou para a suposta responsabilidade de um grupo armado no caso. As informações são da agência espanhola Efe.

Safronkov justificou no Conselho sua oposição a um projeto de resolução que buscava condenar o ataque realizado na segunda-feira (3) na cidade síria de Khan Sheikhoun, no norte do país, quando cerca de 70 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas. O diplomata russo disse que "não seria sério" o Conselho de Segurança aprovar uma resolução sobre estes fatos sem ter feito uma investigação "objetiva" sobre o caso, que só tem "falsos reportes".


"É preciso fazer uma investigação completa para averiguar o que aconteceu e quem foi responsável", reforçou.


Sem resolução
O projeto de resolução, que acabou não sendo levado à sessão do Conselho de Segurança, era defendido pelos Estados Unidos, França e Reino Unido e exigia averiguação a fundo do caso. Não estabelecia, no entanto, quem era responsável pela ação, embora os governos dos três países acusassem o regime de Bashar al Assad.


Safronkov mostrou oposição a algumas partes do texto do projeto de resolução, que, segundo ele, deveria condenar "o uso de armas químicas de qualquer tipo". Em sua exposição, ele reiterou relatórios fornecidos por Moscou que dão conta de que a aviação síria realizou um ataque das 11h30 às 12h30 (horário da Síria) da segunda-feira na parte leste de Khan Sheikhoun.


Segundo a Rússia, esse ataque teve como alvo um estoque de munição e equipamentos de guerra em um território supostamente controlado pelo grupo terrorista Frente Al-Nusra, filial da Al Qaeda. De acordo com Safronkov, nesse local havia uma instalação para fabricar munição "que usa armas tóxicas" e que aparentemente seria usada no Iraque e na cidade síria de Aleppo.


Dados divergentes
As informações dadas pelo representante russo ao Conselho de Segurança, contudo, não coincidem nem com a hora nem com o local apresentados em relatórios de autoridades locais e organismos de direitos humanos sobre o ataque.


Conforme disse à Agência Efe, Osama al Siada, presidente do Conselho Local de Khan Sheikhoun e uma das testemunhas do ocorrido, o ataque aconteceu por volta das 6h50, no horário local, e os lugares atingidos foram três pontos do norte da cidade e um do centro. De fato, o Observatório dos Direitos Humanos da Síria estava noticiando os fatos duas horas antes da hora que Safronkof mencionou.

Na mesma reunião do Conselho, um representante da Síria, que foi convidado a participar embora seu país não seja membro do órgão, disse que as denúncias eram "invenção" de algumas nações ocidentais. Ele também negou categoricamente que as forças armadas sírias tenham usado armas químicas no conflito iniciado nesse país em 2011. "Nunca usamos e nunca usaremos", assegurou.


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