O representante da ONU no Iraque, o português Ramiro Lopes da Silva, considera real o perigo de uma guerra civil no país, se não for possível "a curto prazo" assegurar a ordem pública.
Em entrevista publicada esta quarta-feira no Diário de Notícias, o sucessor interino de Sérgio Vieira de Mello avisa que as "forças de ocupação" têm de ser "capazes de estabelecer a curto prazo (semanas, meses) um quadro de ordem pública e um processo menos opaco aos olhos dos iraquianos".
Para isso, acrescenta, "é necessário repor o sistema de justiça, recriar a polícia iraquiana com nova identidade, nova forma de se posicionar e de se relacionar com as populações".
Ramiro Lopes da Silva se disse preocupado com as necessidades de financiamento da reconstrução do Iraque, uma empreitada orçada em cerca de 20 bilhões de euros.
Segundo o representante especial de Kofi Annan no Iraque, "a única fonte de recurso nacional é a indústria petrolífera, que talvez consiga gerar entre 10 a 12 bilhões de euros, o que deixa um buraco de oito a dez bilhões".