Quatro dias depois do terremoto de 8,8 graus na escala Richter, que deixou 802 mortos no Chile, novos tremores, de até 6 graus, levaram pânico durante o dia de ontem a Santiago e a diversas cidades das regiões central e centro-sul do país, onde moradores fugiram para as montanhas temendo que um novo tsunami varresse as praias e os portos, como ocorrera no sábado. À noite, um tremor de 6,1 graus ocorreu 39 quilômetros a sudoeste de Valparaíso.
A polícia chilena alertou para a possibilidade de novas ondas gigantes nos balneários de Dichato, Constitución e Talcahuano, mas retirou o alerta logo em seguida. Como o sistema de detecção de maremotos da Marinha chilena falhou no desastre de sábado, muitos sobreviventes ignoraram os pedidos de calma feitos pelos a policiais e continuaram abrigados nas zonas mais altas, atentos ao movimento da maré.
Centenas de carros que circulavam por Concepción no momento da réplica mudaram bruscamente de direção, buscando os acessos que levam a parte alta da cidade. Enormes congestionamentos se formaram nas saídas do porto.
Ontem, os moradores da região começaram a receber os primeiros carregamentos de ajuda alimentar enviados pelo governo chileno. Pelo menos 13 mil pessoas puderam levar caixas com leite, peixes, macarrão, açúcar e molho de tomate. Militares do Exército acompanharam a distribuição e a reabertura de alguns supermercados que haviam sofrido saques nos primeiros dias após o terremoto.