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Primo desempregado planejou morte de primo rico

11 set 2003 às 21:02
O desempregado Fabrísio Henrique de Oliveira, 20 anos, planejou por 20 dias a morte do primo Victor Thiago, 20 anos, com quem convivia desde a infância e de quem, segundo a polícia de São Paulo, sentia inveja e ciúmes. Ele teve a idéia de matar Thiago, extorquir dinheiro dos pais da vítima e de colocar fogo no carro do estudante para despistar a investigação do crime.

Para os policiais, foi também Oliveira que comprou gasolina e acendeu o fósforo para incendiar o Astra de Thiago. O corpo do estudante foi encontrado no porta-malas na terça-feira, na zona sul de São Paulo. Segundo a Divisão Anti-Sequestro (DAS), Oliveira e o desempregado Fábio Lopes Silva - vizinho de Oliveira e também amigo da vítima havia pelo menos dez anos - mataram Thiago por ciúmes e por dinheiro.

Os primos conviviam desde a infância no bairro Ipiranga. Oliveira chegou a trabalhar por alguns meses em uma ótica do pai de Thiago. Mas, segundo a polícia, ele tinha inveja do dinheiro do primo. Também tinha ciúmes porque sua atual namorada manteve um relacionamento rápido com o estudante havia dez meses, antes de começar o namoro com Oliveira. ''Ele (Oliveira) sempre brigava com a namorada quando o casal cruzava com Thiago. Ele tinha complexo de inferioridade em relação ao primo'', disse o delegado Paulo Sérgio Lew, da DAS.

O pai de Thiago apontou Oliveira ao ser questionado se desconfiava de alguém. Ele o classificou como ''desvirtuado'' - por não estudar, não ter emprego e pela suspeita de consumir drogas. A amizade entre os primos foi usada no crime. Segundo a polícia, Oliveira e Silva, 23 anos, esperaram Thiago perto da casa da mãe do desempregado - tia de Thiago. Oliveira pediu para dirigir o carro. Em uma rua deserta, ele parou o carro e Silva deu o primeiro tiro.

''Vocês estão loucos'', gritou o estudante, segundo o que os dois contaram à polícia. A pistola falhou na tentativa do segundo disparo. Oliveira pegou a arma, a destravou, trocou a munição e devolveu a arma para Silva, que disparou outra vez. Os dois levaram o carro para um drive-in - onde o corpo foi colocado no porta-malas - e depois para um estacionamento. Em seguida, ligaram para o pai de Thiago e pediram R$ 400 mil de resgate. Oliveira teve prisão temporária decretada por 30 dias e Silva, por cinco dias.

Thiago cursava o segundo ano de Direito na Universidade Paulista (Unip). ''Em 99,6% dos casos de sequestro, a vítima volta do cativeiro. Nos casos em que há morte, os bandidos escondem o corpo até o pagamento do resgate'', disse o delegado Wagner Giudice, diretor da Divisão Anti-Sequestro (DAS).

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