O deputado distrital Pedro Passos (PMDB) e outros 22 presos na Operação Navalha passaram a noite na sede da Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília. Passos foi preso durante a operação realizada nessa quinta-feira (17) pela PF, para prender envolvidos com uma organização que desviava recursos destinados a obras públicas. Dois envolvidos na Operação Navalha continuam foragidos.
Ontem à noite, a Câmara Legislativa aprovou a custódia do deputado, conforme prevê o regimento interno, e ele deverá ser solto hoje, depois que a ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), assinar o ato de soltura. Ela expediu os mandados de prisão e, no caso de Pedro passos, qualificou como flagrante. Os demais foram feitos preventivamente.
O advogado de Pedro Passos, Herman Barbosa, disse, em entrevista, que "a prisão dele foi irregular, pois a decisão da ministra do STJ se baseou em fato ocorrido há um ano" e que isto "não é flagrante, por isso a Câmara Legislativa determinou a soltura". O procurador-geral da Câmara, Stefano Pedroso, compareceu à Polícia Federal à meia noite, acompanhado da Polícia Legislativa, a fim de levar Pedro Passos para prisão domiciliar, de acordo com o que decidiu a Câmara Legislativa. O procurador disse que na terça-feira deve ser votado o relaxamento da prisão domiciliar.
O delegado responsável pelo caso decidiu soltar o deputado somente depois de receber despacho da ministra Eliana Calmon, o que deve ocorrer hoje. Dezenas de advogados ficaram, à noite, na guarita da Polícia Federal, tentando falar com seus clientes. A maioria viajou de outros estados para Brasília depois que a Operação Navalha foi desencadeada. Poucos conseguiram falar com os presos, mas disseram que eles estão sendo bem tratados.
Ao todo, a Polícia Federal prendeu nessa quinta-feira 46 pessoas durante a operação, realizada em nove Estados: Alagoas, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Piauí, Maranhão, Goiás, Mato Grosso e São Paulo e no Distrito Federal.
Entre os presos estão o deputado distrital Pedro Passos (PMDB), o ex-governador do Maranhão José Reinaldo Tavares (PSB); o secretário de Infra-Estrutura de Alagoas, Adeílson Teixeira Bezerra; o diretor do Detran de Alagoas, Márcio Menezes Gomes; o assessor especial do gabinete do ministro Silas Rondeau (Minas e Energia), Ivo Almeida Costa; o prefeito de Camaçari (BA), Luiz Carlos Caetano (PT); e dois sobrinhos do atual governador do Maranhão, Jackson Lago - Alexandre de Maia Lago e Francisco de Paula Lima Júnior.