Uma operação conjunta das polícias federal do Rio Grande do Sul e São Paulo está desbaratando uma quadrilha especializada no contrabando de mercadorias em larga escala em todo o território nacional.
No Rio Grande do Sul e em São Paulo, a Operação Plata envolveu 130 servidores da Receita e 500 policiais federais. Foram expedidos cerca de 70 mandados de prisão, 99 de busca e apreensão em escritórios, residências e estabelecimentos comerciais e 74 mandados de seqüestro de veículos, utilizados pela quadrilha. De acordo com o coordenador de comunicação social da PF em Porto Alegre, Roberto Gianish, já foram presas 40 pessoas no Rio Grande do Sul.
As investigações indicaram que, na região metropolitana de Porto Alegre, a organização criminosa deslocava parte das mercadorias contrabandeadas até os grandes centros consumidores em São Paulo (de onde eram distribuídas para todo o país). As mercadorias importadas dos Estados Unidos, China ou Coréia do Sul entravam no Brasil pela fronteira com o Uruguai, depois de chegar a Montevidéu por via marítima ou aérea.
As cargas eram deslocadas do Uruguai até o Brasil, como se estivessem em trânsito aduaneiro (o que evita a incidência tributária no país vizinho). Entrando pelas fronteiras com os municípios gaúchos de Bagé, Chuí e Jaguarão, as cargas eram desviadas das rotas pré-estipuladas, passando descaminhadas (ou seja, sem o regular pagamento de tributos). A importação subfaturada e a lavagem dos lucros auferidos também eram fatos típicos dessas operações.
A quadrilha movimentava mensalmente cerca de R$ 55 milhões, representados principalmente por artigos eletrônicos, de informática e equipamentos hospitalares, que eram distribuídos em grandes magazines de São Paulo e Rio de Janeiro.
Informações da ABr