A polícia da Espanha anunciou a prisão, na madrugada desta terça-feira (30), na cidade de Valência, de nove membros de uma quadrilha de brasileiros que forçava mulheres a se prostituir.
De acordo com a polícia, a quadrilha mantinha um prostíbulo com seis garotas brasileiras na periferia da cidade e vinha sendo investigada há quase cinco meses.
As mulheres disseram que, ao desembarcar na Europa, no início do ano, tiveram seus passaportes retidos pelos membros da quadrilha e foram avisadas de que tinham, cada uma, uma dívida de 2,9 mil euros (cerca de R$ 7,3 mil) com eles, relativa aos gastos de viagem.
Elas teriam ainda que pagar pela alimentação e hospedagem no país. Segundo um porta-voz da Polícia Nacional da Espanha, as brasileiras viviam "em um regime de semi-escravidão".
Ameaças - A polícia havia sido avisada por dois clientes do prostíbulo Diamante que as brasileiras estavam sendo coagidas pelos bandidos.
Elas disseram que eram ameaçadas de morte e corriam risco se algum cliente reclamasse do atendimento ou se tentassem fugir. As mulheres também teriam sido forçadas a consumir drogas com os clientes.
Na operação em que a quadrilha foi presa, a polícia também apreendeu 34 gramas de cocaína, facões, documentação de contabilidade, passaportes brasileiros e espanhóis (estes últimos falsos, segundo os policiais), material de informática e 20 mil euros em dinheiro (cerca de R$ 50 mil).
Entre os documentos, a polícia afirmou ter encontrado pistas de ligações da quadrilha com gerentes de outros prostíbulos espanhóis.
Todos foram acusados de crimes contra os direitos dos cidadãos estrangeiros, tráfico de drogas, prostituição e coação com agravante (ameaças de morte). Já as prostitutas foram acusadas de estar irregularmente na Espanha.
A polícia disse que ainda não está claro se as mulheres sabiam ou não que estavam indo para a Espanha para se prostituir.