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Polícia diz que morte de travestis não foi por homofobia

16 fev 2008 às 12:29

A polícia pernambucana descarta a hipótese de que os assassinatos de cinco travestis na zona sul de Recife nas últimas cinco semanas tenham sido motivados por discriminação ou homofobia.

De acordo com o delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, Joel Venâncio, a maioria dos casos está relacionada com atitudes criminosas dos travestis.


"Dos cinco casos, um foi por vingança por envolvimento no assassinato de um chefe de gang rival; outro, por cobrança de uma dívida e os outros três, segundo a própria família, faziam assaltos e podem ter sido mortos por seguranças de rua. Não há nenhum indício de homofobia" afirmou.


A primeira morte foi a de Wesley Márcio da Silva, 15 anos, no dia 13 de janeiro. Segundo o delegado, o travesti participou da morte do chefe de uma gang rival e foi morto por vingança.


Os outros quatro crimes ocorreram no último fim de semana. Thiago Frankelino de Lima, foi morto na rua no sábado à tarde. À noite, Joel Barros de Lima Júnior e Aloísio de Lima do Nascimento, foram baleados por três homens que passaram em um automóvel. No domingo (10), Genivaldo Souza Gusmão, foi morto a golpes de faca dentro de um salão de beleza por um desconhecido que cobrava uma dívida de R$ 20 por um programa.


De acordo com Venâncio, o primeiro e o último casos já foram solucionados e já há a confissão dos autores. Um deles está preso e outro terá a prisão solicitada.


Já os outros três crimes estão em investigação e o inquérito aponta para uma conexão entre eles, já que os dois travestis mortos no sábado à noite teriam presenciado o assassinato ocorrido à tarde. Segundo ele, os três teriam sido mortos por grupos de extermínio compostos por seguranças de rua que atacam assaltantes da área.


"Há uma conexão, mas não por conta de homofobia e, sim, pelas atividades ilícitas em que eles estavam envolvidos" disse Venâncio.


De acordo com a polícia, foram registrados, entre 2003 e 2007, 10 homicídios de travestis. Para Venâncio, a concentração de casos nas últimas semanas gerou a preocupação inicial de verificar se a motivação das mortes era a opção sexual. Segundo ele, a hipótese não foi confirmada.

Agência Brasil


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