A polícia da ilha britânica de Jersey está realizando buscas em mais seis locais suspeitos após encontrar no sábado (23) restos mortais de uma criança no prédio onde funcionou durante décadas uma instituição para crianças.
Os restos encontrados no sábado na casa Haut de la Garenne, em Saint Martin, foram descobertos por cães farejadores abaixo de uma camada de vários centímetros de concreto.
As buscas eram parte de uma investigação policial sobre acusações de abusos contra crianças supostamente cometidos na ilha, localizada no Canal da Mancha, por mais de quatro décadas.
Os restos encontrados pelas autoridades no sábado datariam do início da década de 1980, mas ainda não foi divulgado o sexo da vítima.
Acusações de abuso
O inquérito começou a investigar em novembro as acusações de abuso de meninos e meninas entre 11 e 15 anos, desde a década de 60.
O subcomandante da polícia de Jersey, Lenny Harper, que lidera as investigações, disse que os detetives acreditam que é possível que haja mais ossadas no edifício onde a primeira foi encontrada.
"O cão farejador fez novas indicações dentro e fora do edifício, que necessitarão mais exames em detalhes", disse ele.
Harper afirmou que peças de roupa encontradas no local "tendem a corroborar" a hipótese de novos corpos serem encontrados. Segundo ele, as buscas podem levar mais duas semanas.
O subcomandante da polícia também afirmou que as informações que levaram às escavações foram passadas por três fontes diferentes.
"Nenhuma das fontes disse que havia mais de um corpo, mas existe a possibilidade de que elas estavam falando sobre pessoas diferentes", disse.
Linha telefônica
As investigações sobre os abusos em Jersey começaram em 2006. Mais de 140 vítimas potenciais ou testemunhas entraram em contato por uma linha telefônica estabelecida pela polícia no ano passado.
A investigação envolve várias instituições de Jersey, mas os principais suspeitos são funcionários da casa Haute de la Garenne e os Jersey Sea Cadets.
A instituição Haut de la Garenne foi fundada em 1867 como uma Escola Industrial, para "jovens das classes mais baixas da sociedade e crianças negligenciadas". Hoje em dia, o prédio abriga um albergue para juventude.