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PF liberta lavradores que viviam quase como escravos

01 ago 2003 às 21:46

A Polícia Federal libertou nesta sexta-feira 75 lavradores que viviam em situação análoga à escravidão numa fazenda no interior de Mato Grosso. No Pará, outros 55 foram libertados.

De acordo com as equipes que participaram dos trabalhos, os trabalhadores não recebiam salário e viviam em barracos sem condições de higiene.


Em Mato Grosso, o alvo da ação da PF foi a fazenda São Pedro, que fica no município de Santa Rita do Trivelato (cerca de 300 km ao norte de Cuiabá), na região central do Estado.


Uma equipe formada por agentes da PF e funcionários do Ministério Público farão, durante o fim de semana, um levantamento completo da situação dos lavradores na fazenda. As informações servirão para instruir um eventual processo contra os proprietário da fazenda.


De acordo com informações dos policiais federais, os donos das terras se comprometeram a fazer o pagamento pelo trabalho dos lavradores.


O Ministério do Trabalho em Mato Grosso vai iniciar um processo contra os proprietários por exploração de mão-de-obra.


Segundo a PF, a fazenda São Pedro está registrada em nome de Luís Trevisan. A partir de contato fornecido por um dos policiais, a reportagem telefonou para a casa da família Trevisan em Santa Rita do Trivelato, mas ninguém atendeu.


Pará - O grupo de fiscalização móvel do Ministério do Trabalho libertou 55 peões em situação análoga à escravidão em duas fazendas no Pará, em ações concluídas ao longo desta semana.


Na fazenda Baguá, em Eldorado do Carajás (768 km de Belém), os fiscais encontraram 36 trabalhadores que, além de não receber salário, viviam sem condições mínimas de higiene, bebiam água de um poço - onde havia fezes de bois da fazenda - e não tinham medicamentos disponíveis.


Já na fazenda Serra Grande, em Palestina do Pará, 19 trabalhadores foram libertados. De acordo com o Ministério do Trabalho, os peões eram obrigados a se endividar com os capatazes para comprar botas, ferramentas e equipamentos de proteção.

Os proprietários da Baguá e da Serra Grande - Celso Mutran e Manuel Alves de Souza, respectivamente - não foram localizados para comentar as acusações.


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