Um tripulante de um cargueiro egípcio morreu no Pará, provavelmente vítima do antraz, após abrir uma mala que ia para o Canadá e continha a substância, informou a Polícia Federal.
Um assessor de imprensa da PF no Pará disse nesta segunda-feira que a autópsia no corpo do egípcio Ibrahim Saved Soliman Ibrahim, feita pelo Instituto Médico Legal de Belém, mostrou que ele morreu após vomitar, sofrer hemorragia interna e falência múltipla dos órgãos.
"Ele foi vítima do antraz", disse o agente da PF Fernando Sérgio Castro, estimando em 90 por cento a possibilidade do diagnóstico preliminar ser confirmado.
Ibrahim morreu em 11 de abril, no hotel em que se hospedava em Porto Trombetas, no município de Oriximiná, a mil quilômetros de Belém. Profissionais da área de saúde que encontraram o corpo foram hospitalizados depois de ficarem doentes, mas estão fora de perigo.
O marinheiro havia viajado do Cairo para o Brasil para se juntar à tripulação do navio Wabi Alaras, que transportaria bauxita da Amazônia para o Canadá. "Acreditamos que se trate de bioterrorismo, e que o Brasil tenha sido usado apenas como ponto de passagem", disse Castro.
Ibrahim morreu antes que o navio zarpasse para o Canadá.
Todos os tripulantes foram colocados de quarentena pelas autoridades locais na semana passada, após um alerta feito pela Interpol.
Castro disse que Ibrahim recebeu a mala contaminada por antraz no Cairo, das mãos de uma pessoa não-identificada. O volume deveria ser entregue a alguém no Canadá.
Segundo o agente, Ibrahim provavelmente não sabia que o conteúdo era nocivo, pois nessa hipótese jamais teria aberto a mala. "Ele abriu porque estava curioso", disse.