Mundo

Paraguaios protestam contra demolição de lojas

09 set 2003 às 18:30
Mais de 800 paraguaios protestaram contra a demolição das lojas e salas comerciais onde trabalhavam, hoje, em Ciudad del Este, fronteiriça a Foz do Iguaçu. Como contrapartida da prefeitura, eles exigem a construção de um complexo no qual possam trabalhar. A derrubada dos imóveis, iniciada no sábado, deve terminar nesta semana.

Durante uma hora e sob uma chuva fina, eles caminharam pelo centro para denunciar a falta de alternativa de trabalho e para pressionar os empresários a fecharem os estabelecimentos. Apesar da presença de policiais, dezenas de comerciantes fecharam as portas com receio de uma ação mais incisiva, em particular saques e roubos. Não houve registro de incidentes.

Segundo o prefeito de Ciudad del Este, Javier Zacarias Irún, os lojistas, funcionários e camelôs despejados serão transferidos para um shopping popular a ser construído perto da Ponte da Amizade, mas o complexo sequer começou a ser levantado. Por enquanto, a única opção dos manifestantes é tentar montar comércio fora da área central do município.

A maioria dos protestantes trabalhava em duas galerias, a Futura Três e a Flor de Liz, ambas localizadas à margem da avenida que dá acesso à Ponte da Amizade. Somente as duas abrigavam perto de 500 lojas e 150 salas comerciais. A meta da prefeitura é destruir outras cinco galerias existentes ao longo da via. A segunda etapa, contudo, não tem data exata para ser concluída.

A demolição foi determinada porque as galerias estão em áreas verdes do município e porque elas abrigam todo tipo de comércio, desde produtos originais, falsificados, drogas e armas. Em seu lugar serão construídos jardins para melhor o paisagismo e viadutos para agilizar o trânsito, normalmente engarrafado em dias e horários de pico de venda.

O projeto está orçado em US$ 8 milhões (perto de R$ 24 milhões). Os recursos são oriundos de um convênio entre a prefeitura de Ciudad del Este e a Itaipu Binacional. ''Queremos limpar a imagem de nossa cidade, dar segurança a todos e reconquistar os turistas, principalmente os de São Paulo e Curitiba'', afirma Zacarias Irún. Ele acredita que as obras estarão concluídas daqui um ano.

Continue lendo