O Vaticano anunciou que o papa Francisco, internado em razão de uma infecção respiratória, retomou algumas de suas tarefas na manhã desta quinta-feira (30). Ele passou a noite no hospital Gemelli, em Roma.
"Sua Santidade descansou bem durante a noite. O quadro clínico melhora progressivamente e os tratamentos previstos continuam. Esta manhã, depois do café da manhã, leu alguns jornais e voltou ao trabalho", diz nota da instituição.
Leia mais:
Quem é Nikki Glaser, anfitriã do Globo de Ouro que irritou Taylor Swift com suas piadas
Brasileira de 116 anos se torna pessoa mais velha do mundo, diz instituto
Valorização dos Bitcoins agita mercado de criptomoedas
Onde ver o Globo de Ouro 2025, que tem 'Ainda Estou Aqui' e Fernanda Torres
O comunicado acrescenta que Francisco também rezou em uma capela dentro do hospital uma indicação sutil de que ele não está confinado à cama.
O texto não esclarece quando o argentino deixará o hospital. Na véspera, o Vaticano havia afirmado que ele deve seguir internado por alguns dias.
Em um vídeo divulgado pelo Twitter nesta quinta, Francisco falou sobre paz e conflitos armados. A guerra, disse, "é uma loucura". "Está além da razão. Qualquer guerra, qualquer confronto armado, sempre termina em derrota para todos", disse o papa. Já a paz duradoura, afirma, só pode existir sem armas. "Mesmo em casos de legítima defesa, a paz é o objetivo final", disse ele.
Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, Francisco implorou pela paz praticamente semanalmente, mas inicialmente sem condenar Moscou. Este mês, ele disse à televisão italiana suíça RSI que a guerra da Ucrânia foi alimentada "por interesses imperiais".
O líder da Igreja Católica, que completou dez anos no posto este mês, conduziu sua audiência semanal no Vaticano normalmente na quarta-feira, e parecia bem. Antes de sua internação, seu porta-voz, Matteo Bruni, havia comunicado que ele daria entrada no Gemelli para exames de rotina. Depois, porém, o representante revelou que o pontífice vinha se queixando de dificuldade para respirar nos últimos dias.
Francisco está no geral mais exposto a doenças respiratórias por ter retirado parte de um dos pulmões quando tinha 20 e poucos anos.
Ele também sofre de diverticulite, uma doença que pode infectar ou inflamar o cólon, sofre de dor ciática crônica, e há dois anos foi operado no mesmo hospital onde está internado agora para remover parte do intestino. Meses atrás, o pontífice disse que a condição havia retornado e estava gerando ganho de peso, mas que isso não era fonte de grande preocupação.
O papa ainda tem uma osteoartrite que afeta um ligamento do joelho direito, e alterna entre o uso de uma bengala e de cadeira de rodas em suas aparições públicas.
Sua hospitalização na quarta-feira ressuscitou especulações sobre uma possível renúncia por razões de saúde após o precedente histórico estabelecido por seu antecessor, Bento 16, papa emérito por quase uma década e morto no final do ano passado aos 95 anos.
Em dezembro, Francisco revelou à imprensa que assinou ainda no início de seu papado uma carta de renúncia na eventualidade de que seus problemas de saúde o impedissem de desempenhar suas funções. Aos 86 anos, ele reiterou em várias ocasiões que não descarta deixar o cargo caso seus problemas nesse âmbito se agravem embora tenha declarado em viagem recente à República Democrática do Congo que renúncias do tipo não deveriam "virar moda".
A agência de notícias italiana Ansa reportou nesta quarta que a equipe de enfermagem do Gemelli estava "muito otimista" com a possibilidade de que o papa receba alta a tempo da Semana Santa. Mas mesmo que isso aconteça, é provável que ele ainda não tenha forças para participar, quanto mais celebrar, a intensa sequência de missas relacionadas ao feriado.
Em 2022, o papa se absteve pela primeira vez de presidir algumas das celebrações de Páscoa na Basílica de São Pedro em decorrência de uma dor no joelho. Delegou a tarefa a um arcebispo ou cardeal enquanto permanecia sentado durante as missas. Ele também lia a homilia sentado.
A Ansa ainda noticiou que médicos que atendem o papa excluíram problemas cardíacos e pneumonia de suas suspeitas por ora. O Vaticano também havia declarado na véspera que o argentino não tem Covid-19.