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Papa Francisco rejeita "extremismo" em missa com minoria católica egípcia

29 abr 2017 às 10:18

O papa Francisco disse neste sábado (29) no Cairo, diante de milhares de pessoas, em sua maioria fiéis da comunidade católica egípcia, que Deus rejeita o extremismo e o único que permite é o da "caridade". A informação é da Agência EFE.

Em seu segundo e último dia de visita ao Egito, o pontífice celebrou missa em um estádio da capital, sob forte esquema de segurança, para tentar evitar ataques de radicais islâmicos.


Área próxima ao local da missa foi palco, em 2015, da morte de 20 pessoas que assistiam a uma partida de futebol. As mortes ocorreram por causa da aglomeração no evento, embora várias organizações não governamentais tenham dito que a polícia contribuiu com o desastre ao lançar gás lacrimogêneo.


"Deus só gosta da fé professada com a vida, porque o único extremismo que Ele permite aos crentes é o da caridade", disse o papa durante a homilia.


"Qualquer outro extremismo não vem de Deus", acrecentou Francisco, diante de uma plateia a quem pediu que não tenha "medo de amar a todos, amigos e inimigos, pois o amor é a força e o tesouro do crente".


As palavras do papa foram ditas quando se completam exatamente 20 dias dos ataques terroristas contra igrejas coptas no Norte do Egito. Quarenta e seis pessoas morreram e, no dia seguinte, líderes religiosos, em sua maioria muçulmanos, pediram o fim da violência.


Antes do início da missa, o pontífice saudou o público, quando estava em um carro que deu a volta no estádio. Segundo informações da agência oficial egípcia Mena, havia cerca de 25 mil fiéis assistindo a celebração.


No veículo, Francisco estava acompanhado do Patriarca Católico Copta, Ibrahim Isaac Sedrak.


"A verdadeira fé é a que nos torna mais caridosos, mais misericordiosos, mais honestos e mais humanos. É a que anima os corações, que nos leva a amar a todos gratuitamente, sem distinção e sem preferências", disse o papa.


A missa é o principal evento do dia, dedicada especialmente à comunidade católica no Egito, grupo religioso de apenas 200 mil pessoas em um país onde a maior parte dos quase 90 milhões de habitantes é muçulmana.

O primeiro dia da visita do papa ao Egito foi dedicado principalmente a encontros com líderes religiosos muçulmanos e da comunidade copta ortodoxa, além de uma conferência internacional da paz.


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