O papa Francisco afirmou nesta terça-feira (28) que a eliminação das armas nucleares é um imperativo moral e humanitário e que a paz e a estabilidade internacional não podem estar fundadas sobre um sentido falso de segurança. Ele fez a declaração ao comentar os trabalhos da Conferência das Nações Unidas sobre Segurança e Desarmamento Nuclear que está sendo boicotada pelas grandes potências. As informações são da agência de notícias argentina Télam.
Em uma carta enviada à reunião de cúpula da ONU que busca a proibição total das armas nucleares, iniciada ontem (27) em Nova York, o pontífice manifestou preocupação com "as consequências humanitárias e ambientais catastróficas derivadas de qualquer uso de armas nucleares, com efeitos indiscriminados e incontroláveis devastadores no tempo e no espaço".
Membros vetaram
De todo modo, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China) não participaram do encontro que vai até quinta-feira (30), apesar de terem arsenais atômicos, junto com outros países como a Índia, o Paquistão, Israel e a Coreia do Norte.
O encontro desta semana, do qual participam mais de 100 países, teve apoio da Áustria, do Brasil, da África do Sul, da Irlanda, do México e da Suécia e terá nova rodada em junho.
A negociação intergovernamental se realiza em virtude de uma resolução aprovada pela Assembleia Geral da ONU em dezembro do ano passado, que lhe deu a responsabilidade de considerar todos os procedimentos e assuntos organizativos para elaborar um protocolo vinculante declarando "ilegais" as armas nucleares.